«chove em Santiago» *)
Chove em Santiago,
Meu doce amor,
Camélia branca do ar
Brila entebrecida ô sol.
………………………
Olla a choiva pol-a rua
laio de pedra e cristal.
Olla no centro esvaído
soma e cinza do teu mar.»
Garcia Lorca **)
O
Apóstolo continua a ser o “pivot” de Compostela e dos Caminhos de
Santiago, A Catedral banha a Cidade com a riqueza histórica e material
em que flutua.
Salientando
o riquíssimo “casco urbano, de feição “rústica”, belíssimo e
“intocado”, Obra de Povo tenaz e esforçado. De muitos Santos e
Beneméritos que a ajudaram a “elevar” a Cidade.
Se
é quase impossível falar da cidade de Santiago sem falar do Apóstolo é
difícil falar do Apóstolo sem falar da Cidade. O povoado foi crescendo e
construindo a par e passo, com o crescendo da fama do Apóstolo.
A
cidade de Compostela é muito rica: Começando pela história de povos
antigos que vieram à Península: Normandos e piratas Ingleses e outros.
Almonçor veio direito a Compostela atraído pela fama das forças ali
geradas, que tinham cerceado aos Sarracenos, os caminhos da Europa.
À “Praça Maior”, fica na frente da Catedral e chamam-lhe “Obradoiro”. Ali, os ourives traficavam, o ouro.
Outra
praça, a nascente, frente à porta Sul do “transcepto”, fica a chamada
praça das “Platerias”. As obras de prata vendiam-se na “Praça das
Platerias”.
O
palácio Rajoy fica Frente à Catedral, na “praça Mayor” ou “Obradoiro”. O
palácio Rajoy depois de outras serventias é utilizado como sede do
“Governo da Galiza”.
À direita quem sai da catedral nota o Hostal dos Reys Católicos.
Algumas Faculdades da Universidade de Santiago estendem-se para lá do Hostal.
A riqueza de Santiago acompanha seu lado histórico plasmado por tanto granito moreno esculpido que “fala” como documento da época, a autenticar a documentação histórica!
Da Praça das Platerias parte para Sul a “Rua de “Vilar” que é a rua central da cidade, vetusta e encantadora.
É
a castiça ruazinha ladeada de antiquíssimos “sportales”, reminiscência
românica, abrigam da chuva os forasteiros e abrigam as lojinhas
“medievas”.
Ali pode encontrar queijo moldado em “tetillas”, um modo característico e antigo de apresentar queijo.
A “Rua de Vilar” e “Rua Nova” que pelo Norte a acompanha, emocionam pela vetustez e autenticidade.
A
riqueza da Catedral “esconde” a imensa abundância” de arte e história,
que se oculta pelo altar maior, pelos altares laterais, pela Catedral
inteira, pelos museus e pela Cidade.
A
devoção a Santiago sofreu grande incremento depois do ano de 711,
quando os Maometanos invadiram a Península e, marchando para a Europa,
foram milagrosamente sofreados em “Poittier´s”.
Depois
disso, era aglutinadora a força do Apóstolo que passou a ser das
chefias cristãs centrais, de onde partiam as ordens e estratégias
militares.
Preparando
a defesa, as ordens religiosas, espalhadas pela Europa e “compostas por
forças populares organizadas por beneditinos”, iam “descendo” de França
pelas praias do Cantábrico, para Sul; ora por mar ou por terra,
reforçando mosteiros e prestando ajuda às povoações enquanto caminhavam
para Compostela.
Pela
“Idade média”, os peregrinos confrontados com a presença dos árabes na
Península e calcorreando os célebres “Caminhos”, estenderam-se
rapidamente por toda a Europa fazendo de Compostela um dos três mais
importantes centros de peregrinação, a nível mundial.
-
m. c. santos leite
*) – Com ajuda de: «Conde de Aurora – Caminho Português…(pª 235)»
**) – Idem.