Salvé 16 de
Julho de 2014
Próximo
Dia de São Francisco
Apontamento prévio
Com base na Enciclopédia Port/Brasileira. «Francisco»
Francisco levou na mocidade um
vida de boémia, de dissipação, mas foi sempre muito amigo e
preocupado com os pobres, até que pelo ano de 1202 se afastou da
vida de dissipação que até aí levara, e afastou-se dos seus
companheiros.
Passou a dedicar-se à oração e a
uma rígida penitência de pobreza que imitava Cristo no Seu modo de
viver, dia a dia.
O pai, ao ver as grandes esmolas que
dava aos pobres e com os gastos que Francisco fazia na reconstrução
da Igreja de São Damião, aflito, decidiu deserdá-lo.
Francisco no Tribuna, como
resposta, despiu-se e entregou as roupas ao pai. Depois, por uns
tempos viveu refugiado na mata do Monte Subásio.
Os três anos seguintes passou-os na
maior pobreza, na leprosaria, a tratar leprosos.
Ide e ponde-vos a caminho e pregai
dizendo:
«- Está próximo o Reino
dos Céus. Curai os enfermos; ressuscitai os mortos; limpai os
leprosos; expulsai os demónios; Aquilo que de graça o recebes-te,
dai-o de graça.
Não queirais prata nem ouro nem
dinheiro, nem duas túnicas, nem calçado.
O operário é digno do seu
alimento.»
São Francisco é das mais ricas
e solícitas figuras que passaram por este mundo, tal a fragante
ternura que o rodeava.
Das características do seu
espírito, Giotto celebrizou-o nos seus quadros famosos: «As
sagradas núpcias com a Dama Pobreza», «A alegria» que viriam a
constituir os suaves preceitos da sua Rega.
O encanto que a Natureza inteira
inspirava-o, manifestando-se. depois pelos modos mais originais.
Francisco a todos tratava por
Irmão: « A Irmã Lua; o Irmão Sol; o Irmão Vento; a Irmã Água,
etc, e todos eram tratados assim, como modo de incentivar a perceção
da maravilha do amor de Deus.
No fim da vida, cauterizando-se
com um ferro em brasa, Francisco dirigiu-se ao Irmão fogo
pedindo-lhe que «o tratasse com brandura» e lembrou-lhe que sempre
o amara.
Francisco foi um místico, na maior
aceção da palavra.
Foi um asceta que gastou o
próprio corpo e a vida, nas mais duras privações, por amor a
Cristo e Sua doutrina.
Os seus principais trabalhos
foram redação e a revisão da «Regra», que regeria a «Ordem
Terceira de São Francisco». Grande comunidade de pessoas que «sem
abandonar o “mundo”, nem seu modo de ser se prontificavam a
seguir os princípios da “vida franciscana».
Resumo breve de
O Poverello “S. FRANCISCO DE ASSIS” – do P. Fernando Félix
Lopes
Editorial Franciscana - Braga
As “LEGENDAS”
A biografia de S. Francisco,
por diversos tipos de registos, está muito documentada.
Entre os mais célebres
registos sobressaem as “legendas”
que, são muitas.
A partir delas muitos
autores, em particular os que conviveram com o Santo, construíram
valiosas e bem documentadas obras, sobre a vida do Santo de Assis.
As “Legendas” são
escritos biográficos trabalhados por escritores franciscanos e
outros, contemporâneos do Santo, a quem o Papa por intermédio dos
Freires Elias e Tomás Celano recomendou, «que escrevessem
apontamentos sobre “pormenores” da vida do Santo para que não
fossem perdidos no esquecimento.
Estes pormenores escritos,
foram enviados ao bispo de Assis e por ele protegidos; chamaram –lhes
“legendas”,
e fazem hoje parte valiosa da “Biblioteca de Assis”.
A Paixão dos “Cinco Santos
Mártires de Marrocos” foi tratada numa “legenda”,
escrita pelo Infante
D. Pedro de Portugal e enviada para Assis.
«Naquele dia São Francisco
andava zangado consigo mesmo.»
Chegara a notícia do
acontecido com os Irmãos enviados a Marrocos pouco tempo antes. Atá
aí poucas notícias tinha havido.
Mais tarde chegara a
“legenda”
e o Santo ficara muito triste ao Aperceber-se de que, se não fora a
Legenda, em Assis, nem os nomes dos Santos Mártires saberiam.
Ninguém tinha apontara os seus nomes! Houvera grave esquecimento!
São
Francisco de Assis
I - Biografia
São Francisco nasceu em Assis
por volta de 1181 ou 1182. Certezas não há.
A história do seu nascimento é
curiosa pois passara o dia previsto para o nascimento, sem que o
nascimento se verificasse! E isso várias vezes acontecera.
Por fim a aflição da mãe, D.
Pica, levou-a a pensar no presépio de Belém e pediu que a descessem
ao curral, e que a deitassem entre o boi, o jumento e a manjedoura
para que Deus se lembrasse do seu parto e a ajudasse…
Assim fizeram e daí a pouco o
“bambino” viu a luz.
Entretanto alguém bateu à
porta. Era um pobre que pedia se o deixavam ver o menino e logo o
pobre profetizou:
«- Este, “eleito por Deus”,
será o homem dos meus encantos!»
Nesse dia o pai, Pedro
Bernardote, andava por longe em negócios e madona sem demora mandou
que o batizassem. Ficou a chamar-se João.
Mas o pai, sempre lhe chamara
Francisco. E assim ficou.
Na escola, aprendeu a ler,
doutrina, moral, retórica, latim, artes etc. O pai aguardava a vez
de lhe ensinar “as artes e as manhas do negócio” que lhe enchia
a casa de dinheiro e de fama.
Queria ver no filho um comerciante;
queria um bom continuador para a casa, e não um doutor.
A casa dos pais de Francisco
possuía um pequeno quartel de serventuários: profissionais da
lavoura, do comércio, escudeiros e homens de armas para zelar pela
segurança das pessoas e mercadorias em trânsito por caminhos
infestados de malfeitores.
Assis era uma cidade relíquia,
entalada entre montes; era pequena mas, aconchegada e activa.
Bernardote esperava o tempo em
que pudesse ver o filho a aviar clientes.
Francisco era já apontado pelos
comerciantes da praça de Assis e tão bom e capaz como o pai.
Em tempos livres, um rancho de
rapazes” acompanhava-o sempre. Francisco era o “rei da festa”
em brincadeiras que muitas vezes terminavam em serenata. Como poeta
preparava-lhes “as poesias” e não faltava quem, à boa maneira
italiana, juntasse à música, a voz e o “canto”.
Enquanto os rapazes de Assis se
juntavam a Francisco, as meninas procuravam janelas para ouvir as
serenatas. Quando havia algo a pagar das patuscadas, era tudo com
ele. E corria bem!
Pedro Bernardote olhava de lado para a
vida de “estroina” do filho.
O
futuro que anteviam para o filho era tão diferente dos seus, que os
trazia preocupados.
Uma ou outra vez, entre os pais,
houve em particular compreensíveis lamentos:
«- A esbanjar assim… não sei
onde isto vai parar?»
Afora isso nada havia que se lhe
apontasse. Era um excelente rapaz.
Um dia Francisco, aviava fregueses,
quando notou um mendigo que pedia esmola à porta.
«- Agora não tenho vagar!»
E no mesmo instante,
apercebeu-se daquilo que realmente se passara. E pensou para si:
«- Que fizeste tu?
- Alguém que te pedisse em
nome de um príncipe era atendido! Pediu-te em nome de Deus e…
manda-lo embora!»
E largou a correr, rua abaixo atrás
do pobre, e mete-lhe na mão a mais grossa moeda.
II
- Sonhos De Cavaleiro
Francisco adoecera e, em delírio
sentiu que alguém o levava a um grande castelo.
Era edifício muito belo e bem
decorado. As paredes suportavam colecções de quadros, de armas e
“apetrechos” de guerra ricos e belamente trabalhados.
Em Assis a Porta Nova ficava
ali à mão; do outro lado o imponente Monte Subásio e a estrada de
Folinho que Francisco tantas vezes a percorrera; Via-se o casario por
entre verdejantes searas, vinhas e arvoredo.
Era região mística, piedosa e
fonte de mártires! Francisco sempre ali se demorava a contemplar o
quadro sedutor.
Entretanto convalesceu e retomou
o seu trabalho na loja.
Godofredo, conde de Briene,
descera de França com nutrido cortejo de guerreiros, declarando-se
às ordens do Papa e pronto para incorporar nova Cruzada.
Outros cavaleiros começaram a afluir.
Na Apúlia podiam alistar-se nos vários exércitos.
O conde de Gentil, em 1005
alistava guerreiros para formar pequena hoste e Francisco fora
aceite.
Procurou
aprestar-se com armas ricas e luxos de grande Príncipe quando notara
que a seu lado seguiria outro cavaleiro de vestes coçadas.
Francisco febril ainda…
perguntou de quem era o castelo e a mesma voz respondeu:
«- Tudo isto é para ti e
para os teus soldados.»
Madrugou. Delirara mas estava
mais contente. Seria armado cavaleiro. Seguiria com a Cruzada para o
Oriente. «- Ainda hei-de
ser um grande príncipe!»
Meteu-se a caminho da Apúlia
mas, febril recolheu ao leito.
A mesma voz pergunta-lhe qual o
destino da jornada?
«- A Apúlia. Depois vou com
a Cruzada para o Oriente.»
«- Diz-me lá Francisco:
«- Quem é que pode dar-te
maior ventura? O senhor ou o servo? O rico ou o pobre?
Resposta:
«- O senhor…o rico.»
«- Então deixas o senhor para
servir o criado? Volta para Assis e lá te será dito o que te
importa cumprir.
De manhã desculpou-se com os
companheiros e regressou a Assis.
A cidade inteira não escondia o
espanto do inglório regresso e galhofava dele:
«- Deixem-no! Sonha com a
noiva com quem quer casar!»
«- Acertas-te amigo! De
facto sonho com receber esposa. Responde-lhes.
«- Pronto Senhor. Aqui estou
para fazer a Vossa vontade.»
Mais uma vez a voz se faz ouvir:
«- Olha Francisco, se queres
conhecer a tua vontade é necessário que a ti mesmo te desprezes;
que aborreças quanto amas-te!»
Amargava-lhe a pobreza que é
Cruz que humilha. “Cristo é Deus feito pobreza.” Havia de o
educar até gostar de “Cristo pobre”.
No regresso a Assis redobrou de
misericórdia para com os pobres. A misericórdia é o pão da
esmola, o pão da amizade; o pão do convívio com o pobre.
A luta contra si já era
compaixão feita piedade.
O homem se não chega a Homem
é um comprimido de preguiças e coisas estéreis, preso por
cobardias e egoísmos.
Francisco, em gestos de
heroísmo, foi-se libertando de luxos e desejos.
Aprenderia a…
«Dar-se de esmola.»
III - O jogral de Deus
Decorria o ano de 1206. A velha
ermida de S. Damião, tinha interior nu e pobre. Ao fundo, o altar
era singelo; Uma tábua bizantina que mostrava Cristo de Braços
caídos. Esquecidos e grandes olhos que procuravam olhos devotos.
«- Fazei Senhor que de tal
modo vos conheça que sempre proceda segundo vossos mandamentos e
vontade!
Francisco rezou e preparava-se
para sair. De olhos cheios de lágrimas.
Do altar vinha uma voz que repetiu
três vezes:
«- Francisco! Vai e repara a minha Igreja que, toda se
arruína!
«- Pronto Senhor! Vou já!
As Chagas da Paixão gravavam-se em
Francisco. Foi a casa e munindo-se de uns panos arrumados e foi
vende-los a Folinho e, nem o cavalo escapou.
De volta encontrou o sacerdote da
ermida e entregou-lhe o dinheiro para o restauro e para o azeite da
lâmpada.
Foi a ordem que recebera do Crucifixo!
Dirigiu-se a Assis. Usaria a sua
capacidade poética e cantaria pela cidade. A pequenina Igreja de S.
Damião era merecedora de tudo e Francisco passou a cantarolar pelas
ruas:
«- Eu sou o arauto do grande Rei!
«- Quem me der uma pedra, terá
uma recompensa;
Quem me der duas terá duas
recompensas;
E quem me der três,
Outras recompensas há-de ter!»
Houve quem mofasse e o tratasse
de doido! Outros conheciam-no, comoviam-se e ajudavam.
O jogral de Deus pedia a cantar! Pedia
pedras aparelhadas, derrubadas de ruínas… Quantas lhe deram!
Carregava-as contente e levava-as para S. Damião.
Francisco virou pedras pesadas; serviu
argamassa como “rapaz de trolha”.
Passava gente por lá e punha-se a
olhar e Francisco dizia-lhes.
«- Vinde daí deitar uma mão. Só
por um bocadinho!»
Alguns aceitavam e achavam graça,
voltavam noutro dia.
Francisco subia aos andaimes
para levar água ou argamassa, trabalhando para além das forças. O
padre capelão notou isso e começou a dar-lhe mais carne. Ele
apercebeu-se e agradeceu. Então pôs-se a falar consigo próprio:
«- Julgas tu Francisco que voltas
a encontrar sacerdote que te trate com tanta caridade?»
«A tua mesa parece a mesa de
um rico mas isto assim não vai bem!
«O pobre faz como os outros
pobres!»
E de escudela na mão lá foi de porta
em porta a “cantar e a esmolar” o sustento.
Escudela cheia, sentou-se para
comer mas… tanta mistela que lhe “dera volta” e nada conseguia
meter à boca.
«- O pobre faz como os
outros pobres!» Dizia para si.»
E com gestos de violência,
forçava. E de olhos fechados levava a escudela à boca e forçava “o
manjar” pela goela abaixo… tinha de ser!
Aliviado e contente por mais uma
vitória. O bocado soubera-lhe tão bem como o melhor manjar doutros
tempos e vitorioso deu graças.
Em S. Damião encontrou o sacerdote
que lhe tinha melhorado a dieta e disse-lhe que não se preocupasse
com comida pois tinha mesa posta na cidade.
Restaurada S. Damião o Santo
viu outras igrejas.
Reparou melhor a Igreja de S.
Pedro e a capela da Porciúncula (que quer dizer: “eido”)
A Capela da Porciúncula fica no
interior da basílica de Nossa Senhora dos Anjos.
No processo de canonização de
Santa Clara de Assis ficou terna a lembrança dos dinheiros que
mandava para que aqueles que trabalhavam em Santa Maria da
Porciúncula tivessem vianda de carne na diária dieta alimentar.
E Francisco viveu assim dois anos a
restaurar igrejas. As três capelas restauradas conquistaram para
Francisco a simpatia de Assis.
Já ninguém lhe chamaria louco. Assis
foi toda simpatia pela obra de Francisco.
Louco sim! Mas… loucura de
Cristo!
IV - O Evangelho
é Jesus Vivo, a Falar
Decorria o dia 24 de Fevereiro de 1209
era dia da Festa de S. Matias. Descera um monge beneditino do Subásio
para celebrar Missa e iniciou o Evangelho com cadenciada leitura.
« - Ide pois até às ovelhas
tresmalhadas de Israel e pregai pelos caminhos:
- Está próximo o reino dos
céus!
Curai os enfermos, limpai os
leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demónios: dai de graça
o que de graça recebestes. Não leveis ouro nem prata nem dinheiro
nas vossas bolsas, nem alforge para a viagem, nem duas túnicas nem
calçado nem bordão, pois quem trabalha tem direito ao sustento.
Quando entrares em qualquer cidade
ou aldeia informai-vos de quem seja digno de vos hospedar, e com ele
ficai até de novo vos meterdes ao caminho. E ao entrares nessa casa
saudai dizendo:
- A paz seja nesta casa. E se
aquela casa o merecer, nela entrará a vossa paz; e se não merecer,
para voz tornará a Paz. E sucedendo não vos aceitar alguém em sua
casa ou qualquer cidade não vos prestar ouvidos, ao deixar essa casa
ou cidade sacudi o pó dos vossos pés. (Mt. 10, 6-14)»
Francisco assistira e, como sempre e
estava muito atento, quando uma luz lhe iluminou o coração.
Aquilo era Jesus vivo a
responder às súplicas
que lhe vinha dirigindo, pensou consigo.
Tantas vezes lia o Evangelho e o ouvia
ler. Lia-o e ouvia-o, todavia como história velha de muitos séculos
que recontava as conversas com os discípulos e a sua pregação às
gentes que acudiam a escutá-lo numa paisagem singela de encantos,
numa atmosfera empoalhada de neblina em que lá atrás o tempo vai
amortalhando as coisas. Mas andara errado, o Evangelho sentiu-o bem
naquela hora – era Jesus vivo a falar aos Homens de todos os
tempos, a todas as gerações; era Jesus a falar com ele.
Os Apóstolos escolhidos para levar
até ao fim dos tempos a obra da redenção de Deus do crescer da sua
Igreja, do Reino de Deus restaurado. O programa de vida e o programa
do primeiro ensaio a que Jesus os mandou, o trecho evangélico que
ouviste ler na Missa de hoje.
Francisco exclamou:
«- Entendi!
O Evangelho é Jesus vivo a falar
comigo. Agora entendo qual a Igreja a que se referia o Cristo de S.
Damião quando por três vezes me disse a repisar:
V - «- francisco!
Repara a minha Igreja»
Ei-lo agora ali em conversa.
Sentiu a sua presença, ouviu as palavras que lhe disse. Nem dera por
isso, mas os muitos dias passados a meditar a pesar o valor da vida
pelas grutas solitárias, os carinhos e as esmolas com que consolara
os pobres e leprosos, a pouco e pouco lhe haviam curado a cegueira da
alma, alumiando-a para que pudesse ver: os dois anos passados diante
do crucifixo de S. Damião e das outras ermidas enquanto passavam os
dias canseirosamente nos trabalhos de reconstrução, haviam-lhe
afinado o ouvido para que pudesse distinguir a voz de Jesus.
Finda a Missa pediu ao sacerdote que
lhe explicasse o texto lido no Evangelho.
E o sacerdote tudo lhe explicou,
frisando alguns pontos.
VI - Sermão dos olhos
imodestos
Certo um rei mandou, um atrás do
outro, dois emissários à rainha, sua esposa.
Voltou o primeiro com a resposta
singela, que levara Seus olhos discretos e nada viram que contar.
Veio também o outro.
Mal tinha dado a resposta ao recado,
ei-lo que se abre em louvores à formosura da rainha.
«- Verdadeiramente senhor não
pode haver no mundo mulher mais bela. Por feliz vos deveis ter, pois
desposas-te a “própria formosura”.
«- Ó atrevido, atalhou o rei, tu
ousas-te por os olhos na minha esposa? Olhos que apreciam são olhos
que cobiçam.
E mandou chamar o primeiro para lhe
perguntar como lhe parecera a rainha.
«- Muito bem senhor; em silêncio
escutou o recado e depois discretamente desaparecera.
«- E não achas-te que era
formosa?
«- Fui senhor, com um recado para
haver resposta, e não fui apreciar formosuras!
E o rei deu logo a sentença:
«- Tu, servo de olhos castos,
continuas ao meu serviço pois me dás a certeza de que também casto
serás nas obras. Mas tu, de olhos imodestos… longe da minha casa!
Nunca poderia descansar seguro com olhos de cobiça à minha beira!
VII – “Sorella Clara”
Não se sabe quando Francisco e
Clara se viram pela primeira vez, mas ficaram unidos em santa
comunhão de caridade. Amizade em que muitos viram, em Deus, a causa.
“
Clara” nasceu em Assis em
1199 quando o populacho obrigou os nobres insubmissos, a obedecer à
comuna. Clara aprendeu com a insegurança, perguntando-se se não
haveria algo de mais consistente a que consagrar a vida.
Ela reservava sempre algumas
moedas para os mais pobres.
Foi então que viu que a vida
deve ser sacrifício e caridade.
Viver deve ser bem-fazer! Clara,
por debaixo dos luxuosos trajes trazia sempre cilícios que lhe
lembravam as dores do próximo que devia aliviar. Dores que doem como
doeram a Cristo, na Paixão que remiu os Homens!
Um bom casamento foi adiando por
Clara; Ela queria traçar por si os seus destinos e não fossem
outros a traça-los.
O perfume que da sua virtude
cativava. O povo de Assis adorava-a e os nobres das redondezas
sonhavam com o seu coração.
Um dia pregava o Poverello na
Catedral de S. Rufino; seria pela Quaresma de 1212.
A mãe e Clara foram ouvir.
Francisco produziu em ambas profunda comoção. Clara sentiu que se
lhe esclareciam dúvidas e quis ouvir conselhos.
A amiga “Bona Guelfúccio”
confessou que muitas vezes foi entregar aos operários a Santa Maria
dos Anjos, algumas moedas para que pudessem comer carne.
Clara foi contagiada pela divina
loucura!
“Bona Guelfúccio” diz:
«- “Eu mesma muitas vezes
fui com Clara falar a S. Francisco e íamos às escondidas para não
ser vista pelos pais.»
O Santo falava-lhe de Jesus
dizendo-lhe que se convertesse toda a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Era Domingo de Palmas; o bispo
Guido pontificou; Clara foi assistir.
À hora da distribuição das
Palmas todos vieram ao encontro do bispo… que estava “por dentro
do segredo” notou que, Clara comovida, não se aproximara, foi pela
Igreja abaixo e entrega-lhe a Palma.
À noite todos dormem. Clara
tinha escolhido esta hora para que não lhe tolhessem os planos.
Dirigiu-se a uma porta escura do
palácio. Era «a porta dos mortos» que só se abria para sair os
finados e por essa porta, na companhia de “Pacífica Guelfúccio”,
deixou o palácio.
Ao outro dia, Clara não
apareceu e viram aberta a «a porta dos mortos». Em casa dos
Favarone houve sobressalto. Pela cidade correu notícia e conhecia-se
o paradeiro.
Abandonar aquele palácio sumptuoso
para viver a vida de «IL Poverello», era demais! A honra entre os
Favarone era comum a toda a família que, de imediato, quis evitar a
consumação do projecto.
Clara entrava em “S. Paulo de
Bástia” quando, a galope chegou um magote de cavaleiros para
repor, sem demora, a normalidade.
Clara corre pelo templo acima, até ao
altar-mor e agarra-se às toalhas. Os cavaleiros já nada puderam
fazer.
As toalhas do altar são sagradas e
sagram quem a elas se apega. Tirar Clara dali pela força seria, sair
dali excomungado. E ninguém lhe tocou!
Agora é Inês que aos quinze anos
quer juntar-se a Clara.
As beneditinas de S. Paulo recearam;
se Inês fugia para lá exasperaria a Paixão dos seus.
Clara, Fr.Francisco e Fr.Filipe,
daí a dias passavam-se para mosteiro mais protegido; Para o mosteiro
de S. Ângelo de Panzo nas fraldas do Subásio. Duas semanas depois
Inês já estava com eles mas um tio com dose cavaleiros não
tardaram em ir buscá-la.
«- Vale-me Sorella Clara.
Não deixes que me roubem ao meu Senhor Jesus Cristo!»
Clara não sabia como enfrentar
situação tão dolorosa e melindrosa, refugiou-se na cela a rezar.
E a ágil dúzia de cavaleiros começa
a sentir Inês a cada instante mais pesada e tão pesada que parecia
de chumbo. Monaldo intervém mas, tomando-lhe um braço sente-o
coberto de ferro; agora é ele que se sente impotente e sem forças.
Em menos de um mês já estavam ambas
em S. Damião, perto de Assis; O bispo Guido cedera-lhes a Capela que
Francisco restaurara e a casa pobrezinha que lhe ficava encostada.
Agora é Beatriz, a mais nova
das irmãs de Clara, depois é a sua mãe Hortolana, logo que viuvou
e até a sobrinha Amata de Corcorano desabafou com a tia a sua
felicidade:
- Ia casar daí a pouco com um
rapaz rico e esbelto; a tia de tais coisas lhe falou que daí a dias
voltava para vestir o hábito. E muitas nobres quiseram seguir
Sorella; reunir-se à volta de Jesus que um dia pedira a Francisco
que lhe reparasse a sua Igreja em ruínas.
Casario minúsculo que ainda se
conserva como era; o pequeno coro e a sala onde se estendiam as
enxergas para dormir; o refeitório e um oratório e o jardinzinho de
vistas largas para o vale da Porciúncula.
Francisco quando estava em Assis,
costumava visitar Clara muitas vezes para lhe dar as suas instruções.
Apesar dos desejos de Clara,
comer uma só vez que fosse com Francisco, nunca ele lhe dera tal
gosto. Um dia seus freires chamaram-lhe à atenção.
- Não nos perece conforme com a
caridade. Porque não atendes à Irmã Clara, virgem tão santa e
digna!
«- Parece-vos que a devo atender?
«- Como há tanto tempo vive
reclusa em S. Damião, por certo gostará de voltar ao lugar onde
veio fazer-se esposa de Jesus Cristo.
No dia combinado saiu Clara do
seu mosteiro com outra da irmãs. Chegada a Santa Maria dos Anjos,
foi saudar a Virgem onde o Poverello lhe cortara as tranças.
A mesa mandara Francisco, foi
preparada sobre a terra nua e todos se sentaram em volta, bem assim
Francisco, Clara a outra Irmã e os frades.
«- Francisco disse-lhe:
Prepara-te, pode ser que necessite de ti para te enviar a algum
mosteiro.
- Padre estou sempre pronta para
ir, onde quer que me envies!
E Francisco começou por lhes falar de
Deus, mas tão suavemente, tão maviosamente que apanhados pela
divina Paz todos foram arrebatados pela abundância de graças de
Deus.
Até à morte Francisco, dela e de
todas tomou sempre todo o cuidado. E a última visita que fez a S.
Damião, para dar a Soror Clara, o adeus da despedida já era morto e
foi deitado no seu esquife!
Clara viveu ali durante
quarenta anos em que foi modelo de pobreza. Mandara distribuir seu
património aos pobres e as irmãs fizeram de igual modo!
Em Setembro 1240 os sarracenos passam
por Assis e escalam os muros do mosteiro.
Clara, de cama levanta-se e manda que
lhe tragam a custódia com o SS. Sacramento. Todas ajoelham:
«- Guarda Senhor este pequenino
rebanho! Implora Clara e Jesus responde:
« - Sossega filha que sempre
o guardarei! E os
sarracenos debandaram; mas passado um ano “Vital de Anversa” vem
sitiar Assis.
«- Muitos benefícios
devemos à nossa Cidade, é tempo de lhos pagar.»
Diz a Santa.
Jejum a pão e água sem mais
nada e imploram a protecção de Deus! Ao outro dia “Vital de
Anversa” retira.
Decorria 11 de Agosto de 1252,
Clara está de cama a aguardar os últimos momentos. Trazem-lhe a
Bula do Papa a aprovar a Regra e a Pobreza. Estão presentes três
Frades de Francisco, que o representam… Francisco há muito tinha
partido!
É a hora final que se aproxima
e a alma já ensaia a partida!
«- Vai segura! Vai em Paz!
Tens bom guia à chegada!»
VIII
- SÃO FRANCISCO
E A OVELHINHA
A Parábola da ovelhinha divina,
engendrada pelo meigo Poeta correra como relâmpago.
O Santo expusera o mito da
ovelhinha divina, comparando-a à mansidão de Nosso Senhor.
Certo dia jornadeavam pelo monte
e Francisco levava um companheiro.
Tiveram de parar porque, um
grande rebanho de cabras atravessava o caminho.
Notou Francisco uma ovelhinha
branca, perdida entre as velhas rezes do insolente rebanho.
Francisco que notara que a
ovelhinha amiudava o passo para acompanhar as velhas rezes, disse
para o companheiro:
«- Irmão. Vês esta
ovelhinha tão mansa, como vai tão triste no meio desses fariseus!
Vê se a podes livrar de tão má companhia.»
Mas o Irmão não sabia como a
retirar do rebanho e o pastor queria por ela uma paga que eles não
podiam possuíam.
Apareceu então por ali um
cavalheiro que ao aperceber-se da situação comprou a ovelhinha e
deu-a a Francisco que a tomara para tema das pregações daquele dia.
Na cidade contou ao bispo o que
se passara e como achava viva a doçura e a humildade de Jesus, e
como a ovelhinha andava sozinha e envergonhada, entre cabras e bodes,
sem que lhe ouvissem um queixume.
Para Francisco o sermão da ovelhinha
era comparável à divina mansidão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Quando o “Bom Pastor”,
saía com o Seu rebanho, procurava uma fonte de água limpa e uma
sombra fresca onde as ovelhinhas pudessem recuperar do cansaço.
Jesus sentava-se e o rebanho
deitava-se à sua volta.
Jesus tão perto ficava das ovelhas que assumia o cheiro do
rebanho.
Depois com o rebanho
descansado Jesus falava-lhes; E as ovelhas porque o
conheciam pelo cheiro…
E ouviam-no.
IX – Gente Humilde da
Porciúncula
Frei Masseu, um dos primeiros
companheiros de Francisco, perguntou-lhe certa vez:
«- Porque a ti? Porque a ti?
Porque a ti?»
«- Não te entendo! Não percebo o
que queres dizer!»
Respondeu Francisco e Frei Masseu
explicou:
«- De onde vem que tudo ande a
trás de ti. Todos querem ver-te, ouvir-te e te querem obedecer.
Francisco respondeu:
«- Queres saber? Porque a mim,
Porque a mim?»
«- Vem daqueles olhos… daquele
Deus altíssimo que por toda a parte contempla os bons e os maus.
E como esses olhos não descobriram
entre os pecadores nenhum mais vil, nem mais ignorante nem mais
pecador que eu; e como para levar diante da obra maravilhosa que
intentava; o Senhor não encontrando sobre a terra mais vil criatura,
para confundir a nobreza, a grandeza, a força e a formosura,
escolheu-me a mim! Para que se saiba que toda a virtude, todo o bem,
são d´Ele e ninguém se pode gloriar em sua presença. Mas se
alguém se gloriar, glorie-se no Senhor a quem pertence toda a honra
e glória por toda a eternidade.»
«- Francisco era apenas um vilão,
o filho de Pedro Brandão.»
A GRANDE RESPOSTA!
«- Queres saber porque a mim;
Porque a mim; Porque a mim?
Isto vem daqueles olhos do
altíssimo que me inundaram com sua luz e graça para que se saiba
que toda a beleza vem Dele e só Dele!
A beleza dos olhos de Deus batia em
cheio nos olhos de Francisco, que era uma alma cheia de Deus.
«- Verdadeiro frade menor será
aquele que tiver as virtudes destes santos frades: a fé; o amor à
pobreza; a simplicidade e a pureza.»
X - PRECE DE SÃO
FRANCISCO
PRECE
DE SÃO FRANCISCO
Ó SENHOR
Faz de mim instrumento da
Tua
Paz,
Onde haja ódio, que eu leve o
Amor,
Onde haja ofensa que eu leve o
Perdão,
Onde haja discórdia que eu leve a
União,
Onde há dúvidas que eu leve a
Fé,
Onde há erros que eu leve a
Verdade,
Onde há desespero, que eu leve a
Esperança,
Onde há tristeza, que eu leve a
Alegria,
Onde há trevas que eu leve a
Luz,
Ò Mestre!
Faz
que eu procure menos:
Ser consolado, que consolar,
Ser compreendido, que compreender,
Ser amado, que amar…
Porquanto:
É
dando, que se recebe,
É perdoando, que se é perdoado,
É morrendo, que se vive para a
Vida
Eterna.
São Francisco
São
Francisco era um poeta e, durante toda a vida fez excelente uso dessa
Arte prodigiosa para honrar e servir o Senhor!
A PRECE DE SÃO
FRANCISCO é um poema
maravilhoso, que junta á sua poética a grande capacidade e
espontaneidade que possuía como evangelizador.
A grande beleza deste poema
faz com que seja universalmente conhecido e admirado.
XI - O PRESÉPIO
Francisco pensava há muito tempo em
fazer um Presépio pelo Natal.
Seria um presépio vivo,
natural, que transmitisse a quem o visse, ou assistisse à Missa, a
sensação de pobreza e total carência de meios em que o nascimento
em Belém, do Menino Deus, Nosso Redentor, se verificou.
Começaria por escolher um
“cenário natural”, agreste… lá pelo monte! Pensou que alguém
traria uma manjedoura, a vaca e a jumentinha. Um pouco de feno para
os animais e um pouco de palha para criar um cenário e ambiente de
curral.
O monte em Gréccio foi logo
escolhido pela beleza da penedia que lhe parecia recrear o ambiente
de avassaladora grandeza e de desconforto como àquele que Jesus
sofrera ao nascer em Belém.
Em Grécio morava um homem, o
João Velita, cavalheiro muito virtuoso e muito amigo de S.
Francisco; certamente que apreciaria organizar este “Presépio
Vivo”.
Um dia S. Francisco encontrou-o
casualmente, e falou-lhe.
« - Olha João! Este ano muito
queria celebrar o Natal do Menino Deus!
Queria representa-lo de maneira que
o Povo visse o desconforto do curral onde Jesus nascera, naquela
gelada noite de Dezembro.
- O Povo veria o divino Jesus
deitado sobre o feno da manjedoura, bafejado pelo boi e por uma
jumentinha. Haverá por lá carneiros branquinhos.
- Escolheriam um Casal amigo com um
filhinho de tenra idade para figurar de Sagrada Família.
- Fazia-se lá um altar e
celebraríamos lá a Missa da noite de Natal.
O homem logo se mostrou
encantado com a Missão e, no seu entusiasmo, começou a tomar todas
as previdências para que tudo decorresse como São Francisco
pensara.
Podia ser tudo preparado junto
ao recôncavo dos rochedos do monte de Gréccio, que ficam próximo
dos campos de Riéti.
Tudo se arranjaria e tudo resultaria
pelo melhor.
Era noite de Natal e, o Povo de
Gréccio surgia por todos os carreiros que levavam à penedia. À
hora da Missa o Povo, indiferente ao frio e à chuva compareceu.
Á Missa Francisco de dalmática
ministrou como acólito e leu o Evangelho com voz cheia de ternura.
Abrasado de amor enterneceu-se e a sua ternura transmitiu-se aos
fiéis.
A Santa Missa comemorou com grande
emoção o nascimento de Jesus… O Menino de Belém!
XII - OS “MENDRUGOS DE PÃO”
São Francisco despede-se de seus
homens que dois a dois ou em pequenos grupos, envia para muitos dos
longínquos campos de pregação da Ordem.
Resta-lhe Frei Masseu e com ele,
marcha para França.
Francisco simpatizava com os
franceses!
Entraram os dois numa cidade e a
fome meteu-os a pedir esmola. Francisco seguiu por uma rua e, pequeno
e mal arranjado como era só lhe deram “mendrugos de pão”. Pão
duro e pouco. Frei Masseu, gentil e bela presença, foi por outra
rua e recebeu bons bocados e até pães inteiros.
No fim sentaram-se perto de uma
fonte onde uma pedra lhes servia de mesa ao pão esmolado e o Santo
disse:
« - Ó Frei Masseu não somos dignos
de tesouro tamanho!
Masseu espantado e mirando o resultado
do peditório, disse por fim:
« - Por amor de Deus padre! Nem
toalha, nem pratos, nem nada!
- Só estes “mendrugos de
pão”?»
E Soão Francisco explicara:
Porque aqui nada há de aparelhado
pela indústria humana.
- A Divina Providência encarregou-se
de tudo nos dar: Este pão mendigado; esta pedra para servir de mesa;
a puríssima e fresca água da fonte e… esta Paz e tranquilidade!
- Não será isto – nobre
tesouro da Santa Pobreza – tudo digno de ser amado por todo o nobre
coração?»
XIII – Epílogo
Dia de Domingo, 4 de Outubro de 1226,
logo de manhã, o préstito fúnebre sobe de Santa Maria dos Anjos
para a cidade de Assis. Amortalhado no burel.
Olhos fechados lá vai levado pelos
frades, entre círios e nuvens de incenso.
A salmodia e os cânticos litúrgicos
prendem-se em soluços e lágrimas de saudade. Vai ali o Pai que os
filhos levam o pai à sepultura…
O cortejo corta para São Damião. O
Poverello tinha prometido uma visita de despedida a madona Sorella
Clara! …
O esquife entra na capelinha.
Foi a última visita “aos
olhos grandes da imagem de Cristo” da Cruz bizantina de São
Damião.
2014-05-30
Com base na Enciclopédia Port/Brasileira. «Francisco, Pagª,
777»
Os estígmas de São Francisco
Depois de ter estado quarenta dias
no Monte Alverne, dois anos antes da morte, Francisco teve uma visão:
Sabatier conta assim:
« Um dia ao amanhecer o
Santo viu um Anjo que o sobrevoava, inundando-o de uma delícia
indizível.
Quando o serafim desapareceu,
às delícias seguiram-se dores agudas.
Perturbado; quando procurava a
razão de ser daquilo que lhe acontecia notou no seu corpo os
estigmas do Crucificado. Estigmas que não eram como chagas abertas
mas, excrescências carnudas em forma e da cor de cabeças de pregos.
Francisco esgotado teve de ser
trazido para Assis.
Se bem que estivesse quase,
completamente cego, continuou a trabalhar com alegria. Os últimos
tempos de vida passou-os no meio de grandes sofrimentos.
Faleceu na Porciúncula em
3/x/1226 e foi canonizado dois anos depois.