A «mãe»
e os Pastorinhos deFátima
“Memórias da Irmã Lúcia”
«Estas memórias são realmente uma das maisextraordinárias obras da literatura católica do
nosso tempo.
- São o testemunho mais rico, mais vivo e mais
completo…
- Provocam no leitor um justo entusiasmo pela
sua leitura, levado ao encanto por um estilo
puro, simples e sempre animado dum sublime
sentimento religioso e de convicção
profundamente sincera. Etc.»
(Resumo do livro)
P. Luís Kondor
“Memórias da Irmã Lúcia”
Edição da Postulação da Irmã Lúcia
“Era uma Senhora Mais brilhante que o Sol!”
«Os grandes acontecimentos que se deram na Cova da Iria nos meses de Maio a Outubro de 1917 despertaram, especialmente nestes últimos anos não só na Igreja, portuguesa mas em todo o mundo católico, um interesse extraordinário. Multiplicaram-se assim duma forma que quase diremos prodigiosa as publicações sobre as Aparições da Virgem Santíssima e sobre os vultos enternecedores dos Pastorinhos de Fátima.Isto, não só em língua Portuguesa, mas em várias outras línguas. Etc.»
(Resumo do livro)
P. João de Marchi, I.M.C.
«Era Uma Senhora Mais Brilhante que o Sol!»
Edição
das «Emissões da Consolata»
Fátima é extraordinário património espiritual dos Cristãos, particularmente dos Cristãos Portugueses conquistados pelo amor da Senhorinha Mãe.
É baluarte do amor que afirma, aos quatro ventos, que a “Paz” é possível. É garante de que com Deus, a Paz está sempre mais próxima…em qualquer circunstância!
É grande tema de meditação para os portugueses e para todo o Mundo.
Para os Portugueses continua a ser a grande “graça”, mercê da qual Portugal não entraria na terrível contenda que foi a “Segunda Guerra Mundial”.
“Os Três Pastorinhos”
«A mãe» e os Pastorinhos de «Fátima»
Os Três Pastorinhos
Dos
três Pastorinhos de Fátima, a mais velha era a Lúcia, prima dos
outros Videntes e irmãos, Jacinta e Francisco.
Os
Videntes nasceram e viviam com suas famílias no lugar de Aljustrel;
aldeia da freguesia de Fátima, junto aos Valinhos, quem vai do
Santuário pelo “Caminho da Via-Sacra”.
Os
três videntes nascidos e criados com outras crianças familiares ou
vizinhas, brincavam juntos, nos intervalos das idas á Igreja, em
inocentes folguedos infantis. Mais tarde passavam muito tempo, na
Cova da Iria, onde fica hoje o Santuário, vigiando magros rebanhos
de ovelhas que pasciam por leiras dispersas por agrestes montados de
sobreiros, azinheiras e outras espécies com algum interesse para a
pastorícia. Enquanto o gado pastava, os pequenos pastores, iam
rezando o Têrço.
Lúcia,
que contava dez anos, era enérgica, responsável, decidida e bem
ancorada nos fundamentos da fé que professava em perfeita sintonia
com familiares e vizinhos, fiéis rigorosos a hábitos cristãos
ancestrais.
Na
aldeia de Aljustrel, residiam de há longa data, várias famílias,
algumas aparentadas; era Povo temente de Deus e muito humilde; Viviam
dos parcos recursos que lhes proporcionavam pequenas leiras, de
propriedades familiares, antigas.
Era
gente do campo que respeitava os mesmos princípios religiosos;
Praticava franca entreajuda e vivia de parcos recursos económicos.
Era
gente humilde que, depois da ceia, rezava sempre o terço. Durante o
dia aproveitava todos os momentos livres para rezar.
Foi
essa a educação que Lúcia recebeu e que em tudo era semelhante à
educação primos, os irmãos Francisco e Jacinta.
Toda
a vizinhança de Aljustrel era gente boa, bem formada, gente de
Missa, trabalhadeira e económica, muito ao jeito dos tempos que
corriam.
As
Aparições de Fátima representaram acontecimento excepcional, para
a nação portuguesa e para o Catolicismo, com grande reflexo no
conturbado primeiro quartel do século XX e daí para cá.
É
acontecimento largamente salientado pelo Povo agradecido, que lhe
atribuíu a grande graça de termos conservado imunes aos efeitos
demolidores, da “Segunda Guerra Mundial”.
Quando ocorreram as Aparições os
videntes eram muito novos:
“Irmã Lúcia” contava dez
anos.
Francisco ia em nove.
Jacintinha, contava sete anos e
dois meses.
A
Irmã Lúcia
-
A Irmã Lúcia (n. 22-03-1907 – f. 13 – 02 – 2005, Coimbra)
Lúcia,
sob muitos aspectos foi a mais saliente dos videntes.
Assistiu
a todas as Aparições em Fátima, excepto a duas, em que Jacinta foi
contemplada quando já muito doente.
Lúcia,
além destas, foi contemplada com Aparições pessoais que ocorreram
nas Ordens Religiosas onde permanecera.
Com
os primos foi vítima de prisão e ameaças, em Ourém e de
interrogatórios capciosos e cerrados, tendenciosos e de
incompreensões que feriam. Participou na horrível visão do
Inferno.
Foi
a única Vidente a quem foi confiado o famoso “Segredo de Fátima”.
Era
Lúcia, ainda criança era amiga das amigas que a procuravam.
Juntavam-se à sua volta para brincar ou para a acompanhar nas idas à
Igreja. Mais tarde acompanhavam-na no pastoreio dos rebanhos pela
Serra.
Gostava
de cantar quanto ouvia pela Igreja e as “modinhas” populares do
seu tempo!
Na
sua humildade apresentava-se como:
«-
Sou uma pobre pastora. Rezo sempre a Maria!»
Por
conselho de Nossa Senhora e de D. José Correia da Silva, 1º Bispo
da Diocese Restaurada de Leiria, a Vidente foi encorajada a aprender
a ler. Depois da Aparição de Outubro de 1917, obedecendo ao
aconselhado, Lúcia passou a frequentar a Escola.
O
que lhe permitiu que o P.
Luís Kondor levasse à
forma de livro, sob o título «Memórias de Irmã Lúcia»,
pormenorizados escritos que deixou preenchidos com recordações
sobre as Aparições.
Este
trabalho importantíssimo «Memórias de Irmã Lúcia» que seguimos,
obrigá-la-ia a grande esforço de memória e a consultar os primos,
sempre que teve necessidade de aclarar dúvidas.
A
jovem Lúcia foi a única que viu, ouviu e falou com Nossa Senhora
durante as Aparições, e noutras que mais tarde ocorreram pelas
Ordens Religiosas a que pertenceu.
Era
a mais nova de sete irmãs.
Como
acontecera com os primos sofreu muito por causa das Aparições.
Depois
da Aparição de Outubro e dos perigos a que estaria exposta muitos
pensavam protege-la. Esta foi uma das primeiras resoluções de D.
José, que decidiu pela frequência em colégio.
Aos
catorze anos Lúcia entrou par o Colégio de Vilar, no Porto e aí
recebeu sólida educação moral e religiosa.
Era
dotada de “Grande talento”, “Boa memória”; Era “calma”,
“muito digna”, ponderada e muito considerada” o que a ajudaria
a adquirir excelente formação.
Antes
de entrar no colégio já lhe tinha ocorrido “consagrar-se a Deus
pela vida conventual”. O que agora viria a acontecer no Colégio de
Vilar da «Ordem carmelitana». Depois por influência das formadoras
transferiu-se para as Doroteias Portuguesas (1921/25).
Contava
18 anos quando foi iniciar o noviciado em Tuy.
As
Doroteias tinham Casa em Pontevedra e para lá seguiu (1925) para
iniciar o Postulantado, seguido da imposição do hábito em 2 de
Outubro de 1926.
Seis
anos depois voltou à Casa de Pontevedra e lá esteve até 1946.
Certo
dia foi levada a Fátima, à Cova da Iria e a Aljustrel, em rápida
visita, para recordar o passado.
Regressada
ao Porto foi colocada na Casa do Sardão em Vila Nova de Gaia, de
onde obteve do Papa autorização para integrar o «Carmelo de Santa
Teresa» em Coimbra, praticando ali o “retiro” e a “solidão”
que ambicionava.
Lúcia
ao escrever seus “inspirados” registos era assistida por Deus.
Entretanto
definiria o sentido que atribuiu à palavra “inspirada”:
«-
Escrevi “inspirada”, por sentir que devia dizer, aquilo que tinha
dentro de mim!»
Sentimos
que sabia expor com clareza. «Lúcia mostrou saber dizer o que
queria e como queria!»
Denota
alguma insegurança quanto a datas mas, nem ela nem os primos, muito
pequenos, dominavam a contagem “dos dias da semana”, ou “dos
meses”… de tão novos.
Graças
ao seu trabalho há hoje apreciável quantidade de informação
segura e preciosa sobre as Aparições.
Um
dia certo Padre deu-lhe este concelho:
«-
O segredo da filha do Rei deve permanecer oculto em seu coração?»
-
!
«-
Fazeis Bem em guardar para Deus e para vós, os segredos das vossas
almas!»
Não
nos dizem os Santos Evangelhos que a santíssima Mãe guardava as
coisas em seu Coração?
Os
pastorinhos também procuravam guardar segredos para si e para os
seus.
A Prece da Jacinta
Ó tu que a terra
Passas-te
voando
Jacinta querida,
Numa dor intensa.
Jesus amando,
Não esqueças a prece
Que eu te pedia.
Sê minha amiga
Junto do trono
Da virgem Maria.
Lírio de candura
Pérola brilhante
Oh! Lá no Céu
Onde vives triunfante,
Serafim de amor,
Com teu irmãozinho
Roga por mim
Aos
Pés do Senhor.
Irmã
Lúcia
«-
Antes das ocorrências de
1917, era o laço de parentesco que me unia a Jacinta, e nenhum outro
afecto particular, me fazia preferir a companhia de Jacinta e de
Francisco, à de qualquer outra criança.» Palavras
de Lúcia.
-
Jacinta era melindrosa e,
durante os folguedos podia ficar amuada. Escolhia os companheiros com
quem brincar. Mandava que ficassem sentados no bordo do poço tampado
com lajes e protegido pela sombra de árvores que tínhamos ao fundo
do quintal.”
«-
Três grandes figueiras guardavam do Sol do pátio onde brincávamos.
Por vezes “jogávamos a botões”. Quando o jogo esgotava a
provisão de botões, tirávamos os botões à roupa.»
Lúcia
via-se por vezes em grandes aflições! Quando chamavam para comer e
me encontrava sem botões na roupa; Era preciso pregá-los à pressa!
«-
Quando Jacinta vinha com o irmão chamar-me para brincar, dizia-lhe
que não podia:
«-
Minha Mãe tinha-me mandado que estivesse ali!
Francisco
Francisco
(n.11-06-1908 - f. -04-04-1919 - Aljustrel)
Francisco,
com Lúcia e Jacinta, como companheiros de infância e pastores,
estiveram presentes nas Aparições do Anjo e nas de Nossa Senhora em
Fátima. Os três participaram na visão do Inferno.
Enquanto
as ovelhas pastavam Francisco empenhava-se na construção de
“casinhas” feitas com muros de pedra. Eram miniaturas que
idealizava e construía com pedrinhas que encontrava pelo monte.
Dai
dizerem-lhe que iria ser “arquitecto”.
Era
muito “reservado”. Lúcia escreve sobre os primos com emoção:
«-
Francisco “era um velhinho!»
Partilhava
do mesmo modo de ser de Jacinta.
Eram
iguais no modo se ser… E em tudo!
Francisco
foi o primeiro a falecer.
Jacinta
(n.
-11-03-1910 f.– 02-02-1920, Lisboa)
Jacinta
estive presente às Aparições do Anjo e às de Nossa Senhora. As
duas últimas Aparições foram de Nossa Senhora foram particulares e
em Aljustrel. Jacinta estava já muito mal.
Participou
com os outros Videntes na visão do Inferno.
A Sensibilidade
Jacinta,
à noitinha gostava de ver o “por do Sol”, da nossa eira: Gostava
de ver as cores do Céu depois que o Sol se punha. O ” Céu”
cobria-se de estrelas. Ela encantava-se; Gostava de ver as estrelas.
Possuía
uma alma extraordinariamente sensível. Foi sempre obediente,
“mansinha” mas, mostrou-se muito firme na defesa das afirmações
anteriormente proferidas sobre as aparições.
Os
inquiridores foram sempre vencidos pela firmeza dela.
Meditação
de Jacinta
Chegados
à pastagem, Jacinta, por vezes sentava-se numa pedra e ficava
pensativa.
-
Jacinta!… anda brincar!
«-
Hoje não quero brincar. Estou a pensar…
-
Aquela Senhora disse-nos para rezarmos o Terço e fazermos
penitência. Disse-nos
que muitas almas iam para o inferno.
-
O que é o inferno?»
-
É uma cova cheia de bichos!
(Lúcia)
-
Jacinta era notada por levar a peito a conversão dos pecadores.
(Lúcia)
O bom coração
Quando
íamos com as ovelhas para o pasto passamos por uns pobrezinhos e
Jacinta logo aproveitou:
«-
Damos a nossa merenda àqueles pobrezinhos, pela conversão dos
pecadores?»
E
correu a levar-lhes a sua merenda! Daí em diante, quando passávamos
por eles, oferecia-lhes sempre a merenda que levávamos para aquela
tarde.
Lições de doutrina
A
irmã de Lúcia era zeladora e dava lições de doutrina em casa nas
horas de cesta e recomendava:
-
Não quero ficar envergonhada quando o Senhor Prior vos perguntar a
doutrina!
Ela
era exigente. Mas Jacinta, e todas as crianças, lá estavam a horas,
para a lição.
O Menino Jesus
escondido
«- Como é que
tanta gente recebe ao mesmo tempo o Menino Jesus escondido (em
forma de Hóstia). É um bocadinho para cada um?»
-
Não vez que são muitas Hóstias e que em cada uma está o Menino
escondido!
O
rápido e certeiro raciocínio da Jacinta obrigava, na emergência a
respostas prontas que nem sempre ocorriam com a precisão desejada.
-
Quantos disparates terei dito?
(confessava Lúcia)
O Terço rezado
Quando
os novos pastorinhos puderam tornar-se responsáveis pelos rebanhos
recomendaram-lhes que depois da merenda rezassem o Terço.
Eles
cumpriram a ordem mas, passados os primeiros dias tinham observado
que rezar o Terço lhes “ocupava” muito tempo de brincadeira.
Então
pensaram adoptar um modo de “passar as contas”, menos demorado.
Passavam
as Avé Maria de cada Mistério a dizer: “Avé Maria… Avé Maria…
Avé Maria”… Quando chegavam ao Pai Nosso diziam muito de vagar:
“P a i… N o s s o… ” e logo continuavam com as Avé Maria…
Avé Maria… Avé Maria... E num abrir e fechar de olhos o Terço
estava rezado!
No meio do rebanho
Jacinta
gostava de apanhar um cordeirinho branco, ainda pequeno, e de o
trazer ao colo para casa.
Um
dia, meteu-se no meio do rebanho com o cordeirinho ao colo.
-
Para quê no meio do rebanho, e com o cordeiro ao colo?
-
É para fazer como Nosso Senhor… naquele santinho que me deram!»
Na cadeia de Ourém
Quando
viram como eram rudes os interrogatórios, e que nada mais lhes
restaria senão sofrer a prisão; resolveram que rezariam o Terço
enquanto por lá estivessem.
Francisco,
levantando as mãozinhas e os olhos para o Céu, logo fez o
oferecimento:
-
Ofereçamos o nosso sofrimento pelo Santo Padre e pelos pecados
cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.
Depois
juntaram-nos numa sala e foram-se, dizendo que daí a pouco nos
vinham buscar para “fritar”!
Dissera
então:
«-
Vamos morrer sem voltar a ver os nossos pais!»
(Jacinta)
-
Então já não queres a conversão dos pecadores? Perguntou
Lúcia:
«-
Quero ; Quero!» E fez ela o oferecimento:
«-
Ó meu Jesus, é por Vosso amor e Imaculado Coração de Maria, pelo
Santo Padre e pelos pecadores!»
Então
os presos quiseram consolar-nos.
-
Mas digam ao senhor Administrador esse segredo! Que lhes importa que
a Senhora queira ou não queira.
«-
Isso não! Antes disso quero morrer!» Disseram
todos.
O Terço na prisão
Não
vendo modo de se livrar do Administrador, prepararam-se para
aproveitar o tempo com a reza do Terço.
Então
Jacinta tirou uma medalha que trazia ao pescoço e pediu a um preso
que lha pendurasse na parede. De joelhos, diante da medalha iniciaram
o Terço; os presos de joelhos acompanharam os pastorinhos!
-
Se não sabiam rezar, pelo menos estiveram de joelhos connosco!
Terminado
o Terço Jacinta voltou para junto da janela… chorava comovida.
«-
Ofereço o Terço por todos… Porque gosto muito de todos!»
Afeição pelo baile
A
fama das Aparições fez aumentar o movimento em Fátima, o que fez
com que aparecesse por lá quem tocasse harmónica, o que deu em
bailarico.
Um
dia Jacinta foi o par de um pobre e, ladrão. Ela de tão pequenina
acabou o baile ao colo dele.
Era
tão sensível que bastava ouvir os pastores tocar, mesmo ao longe e
já ela começava a dançar, ainda que sozinha.
Um
dia quando se aproximava o São João ou o Carnaval, disse-me:
«-
Já não bailo mais»
-
Então porquê?
«-
Porque quero oferecer este sacrifício a Nosso Senhor!»
II Depois das Aparições
A “Loca do Cabeço”
Quando
apareciam pessoas de fora queriam sempre ouvir os Pastorinhos.
A
mãe de Jacinta estava continuamente a mandar chamar os filhos ao
monte, onde pastoreavam as ovelhas; Isso significava deixar aquilo
que estava a fazer e “arranjar alguém que os fosse chamar”. O
trabalho não lhe rendia!
Então
entregou o pastoreio ao filho João, irmão de Jacinta e ela passaria
a ficar mais por casa.
Custou-lhe
muito resignar-se a esta ordem.
Passaram
a tentar ocultar-se do Povo e continuamente se refugiavam na “caverna
do rochedo” que fica num monte em frente às nossas casas.
Chamávamos-lhes
“Loca do Cabeço”, porque ali havia um abrigo tão bem feito que
resguardava perfeitamente da chuva, dos ventos e do Sol.
-
Quantas orações ali ofereceram ao nosso bom Deus!»
O incomodo dos
interrogatórios.
Era
contínua a chegada de pessoas que queriam falar com os pastorinhos e
com a mãe, que era tia da Lúcia. Ela tinha de arranjar alguém que
os fosse chamar.
A
Jacinta gostava de ir ver o Santíssimo durante o recreio, mas logo a
vinham chamar!
«-
Parece que adivinham!»
Aquela
gentinha, que vinda das aldeias não nos deixava. E falavam-nos das
suas necessidades e aflições. Se se tratava de algum pecador
Jacinta dizia:
«-
Temos de rezar e oferecer sacrifícios! Não vá ele para o inferno!»
Depois
começou a fugir das pessoas. Tantas eram que não a deixavam.
Os interrogatórios.
Durante
muito tempo sofreram numerosas “investidas” de pessoas movidas
por segundas intenções que a todo
a custo queriam levá-los a desdizer-se. Eram pessoas estranhas que,
com grande insistência, depararam com a tenacidade exemplar dos
Pastorinhos e tão grande foi que:
«-
Nem sei dizer quem seria o maior defensor das Aparições.»
Depois
que a dúvida começou a desvanecer-se; A mãe de Lúcia confessou a
sua grande insistência; a ponto de dizer que, “Era com medo de
cair no ridículo”:
-
“Foram os de casa quem mais insistiu com os Videntes para que
desdissessem”.
(confessou)
O Santo Padre Cruz
O
senhor Dr. Cruz veio de Lisboa para ouvir os pastorinhos. Depois, em
Aljustrel, quis ver a Cova da Iria e nós fomo-lo acompanhar.
Nós
íamos a pé e ele montado num jerico mas, o jerico era tão pequeno
que por pouco, o Santo Homem arrastava os pés pelo chão. De uma vez
disse-me.
«-
Gosto tanto de Nosso Senhor e de Nossa Senhora que nunca me canso de
lhes dizer que os amo.»
Graças
alcançadas pela Jacinta
Uma
vizinha insultava os Pastorinhos sempre que os via.
Vimo-la
um dia numa taberna e ela, como já não estava em si, insultou-nos.
A
Jacinta disse-me:
«-
Temos de oferecer sacrifícios a Nossa Senhora por esta mulher.»
Um
dia passamos em frente da porta dessa mulher e deitamos a correr.
Jacinta parou e perguntou-me:
«-
É amanhã que vamos ver aquela Senhora?
-
É!
«-
Então não brinquemos mais e ofereçamos o sacrifício pela
conversão dos pecadores.»
A
partir daí a mulher deixou as apoquentar. Um dia encontrou-os e
ajoelhou-se aos pés de Jacinta a chorar.
A
Jacinta pegou-a pela mão e ajudou-a a levantar.
III Doença e morte de Jacinta
Lúcia procurou recordar a vida de Jacinta perante o Bispo, D. José.
«-
Peço-lhe um favor! É que se publicar alguma coisa das que acabo de
contar, de modo algum fale da minha pessoa.»
É
que se eu soubesse que Vª Reverendíssima tivesse queimado este
escrito, sem sequer o ler; Teria nisso muito gosto, pois que o
escrevi para obedecer à vontade do Nosso Deus.
Os últimos dias, em
casa
Pelas
fotos se nota que Jacinta era a mais nova dos videntes e muito débil.
Era
muito meiga, introvertida, atenta e de saliente rectidão; O que
levaria a que Lúcia se lhe afeiçoasse e a tomasse sob protecção.
Lúcia nutria por ela inegável admiração.
No
conjunto das Aparições, os apontamentos de Lúcia, dão a Jacinta
lugar muitíssimo destacado.
Passou
os últimos dias de Aljustrel sentada na cama do irmãozinho que
viria a falecer antes dela. Já
muito doentinha, mereceu, por duas vezes, ter sido visitada por Nossa
Senhora.
Foi
vítima da “pneumónica”, falecendo depois do Francisco.
Muito
doente nunca deixou de se interessar pelos grandes problemas do Homem
que são o motivo das Aparições.
Os
últimos tempos de infância foram dedicados “Aos pecadores”, “à
Igreja”, “ao Santo Padre”, “ao clero”, “à fome e à
guerra”, etc. É admirável que uma criança de dez anos se tenha
interessado de modo tão profundo e decisivo, por assuntos candentes
que continuam a “alheios” aos adultos.
"As Aparições do Anjo”
A
primeira aparição do Anjo:
«-
Parece-me que foi no Verão de 1915, entre os meses de Abril e
Outubro. Foi quando viram apenas uma nuvem transparente que
aparentava vagos contornos humanos.»
(Lúcia)
«-
Não temais! Eu sou o Anjo da Paz!»
«-
O Anjo da Paz, «ajoelhando em terra, curvou a fronte até ao chão!»
Ensinara-lhes
a famosa “Oração do Anjo”, que assim ficaria conhecida, e
deviam repetir três vezes.
«- Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo. Peço-vos perdão
para os que não crêem, não adoram, não esperam e não vos
amam!»
2ª Aparição do Anjo
A
segunda aparição
ocorreu pelo pino do Verão de 1916. Foi “junto ao poço” da
casa. Foi em Aljustrel que o Anjo se deixou ver. Desta vez aparentava
contornos mais visíveis. No instante seguinte e num gesto de
familiaridade acercou-se dos videntes.
«- Quando o Anjo apareceu pela terceira vez, seria em Outubro, ou fins de Setembro.»
Lúcia
teria 8 ou 9 anos. O Anjo trazia nas mãos um cálice encimado pela
Hóstia que derramava sangue sobre o cálice; O cálice tinha ficado
suspenso no espaço.
Depois,
retomando o cálix:
-
Deu-me a Hóstia!
Aquilo que estava no cálice (O
Sangue que gotejava da Hóstia) deu-o ao Francisco e à Jacinta.»
4ª e 5ª Aparições do Anjo
Em
dias seguintes a estranha figura branca do Anjo voltou a aparecer
mas, a Irmã Lúcia
já não saberia pormenorizar!
“Aparições de Nossa Senhora”
«A mãe» e os Pastorinhos de «Fátima»
«- Era Uma Senhora Mais Brilhante que o Sol»
1ª Aparição
13 de
Maio de 1917
Era
Domingo e mês das flores!
Antes
de soltar o gado os três pastorinhos ouviram Missa em Fátima,
depois receberam em casa sua merenda e foram com o gado para a Cova
da Iria, como necessidade para sustento dos minúsculos rebanhos.
Já
com o gado a pastar «repicaram em Fátima os sinos chamando para a
Missa do meio-dia e foi quando notaram “o clarão rápido de um
relâmpago”, seguido de outro mais forte e mais intenso. Os
pastorinhos sem se aperceber da origem dos relâmpagos caminharam,
talvez, na direcção de casa.
Foi
então que notaram “a visão” sobre a copa de uma pequena
azinheira…
«-
Era uma Senhora vestida de branco, e mais brilhante que o Sol.»
Descreve a Lúcia.
«- Não tenhais medo Eu não vos faço mal.» Disse a Senhora e mais recomendaria:
- Rezai o terço todos os dias para alcançar Paz para o mundo e o fim da guerra.»
- Rezai o terço todos os dias para alcançar Paz para o mundo e o fim da guerra.»
Ai que Senhora tão bonita!
Dizia a Jacinta.
-
Era uma mulherzinha muito bonita!
-
E o que é que essa mulherzinha vos disse?
-
Que fossemos seis meses seguidos à Cova da Iria, e que então nos
diria quem era, e o que queria!
A
par dos efeitos das visões no povo, muitos inquiridores
desenvolveram esforços no sentido de levar as crianças a decair, a
confessar que “mentiam” mas, elas mantiveram-se sempre firmes e o
tempo demoveu os incrédulos.
2ª Aparição 13 de Junho de 1917
Cinquenta
pessoas acorreram à segunda visita da Senhora à Cova da Iria, a 13
de Junho conforme
estava marcado. Aquelas presenças mostram que havia pessoas que
estavam animadas em dar crédito aos videntes. Uma delas se tornaria
conhecida por “Senhora Maria da Capelinha”, por ter guardado as
primeiras ofertas para a construção de uma Capelinha.
Na
véspera do dia treze, em Fátima, já se notava certo frenesim e
muita curiosidade por tudo quanto viria acontecer.
Era
dia de Santo António e foram muitos os que dispensaram a festa para
estar na Cova da Iria.
«-
Quero que venhais aqui no dia treze do mês que vem e que rezeis o
Terço intercalando esta jaculatória entre os Mistérios:
-
Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno; Levai as
almas para o céu, especialmente as mais abandonadas!»
3ª Aparição 13 de Julho de 1917
Depois
de um tempo de espera, Lúcia pede aos presentes:
-
Fechem os chapéus! Fechem os chapéus (de chuva) que já aí vem
Nossa Senhora.
-
Eu, por mais que olhasse, nada via. Afirmei melhor o olhar e vi assim
a modo de uma nuvenzinha acinzentada que pairava sobre a azinheira. O
Sol “enturviscou-se” e começou a correr uma aragem tão
fresquinha que consolava.
Nesta
aparição Nossa Senhora falou-lhes de um segredo disse que a 13 de
Outubro o revelaria.
O
povo deixou-se encantar pela “Senhora” aparecida em Fátima e,
fiéis ou simples curiosos afluíam, em maior número e mantinham-se
ao lado dos Pastorinhos, durante as aparições.
A
simplicidade em que as Aparições periodicamente ocorriam foi modo
importante de mostrar como Nossa Senhora estava mais atenta aos
carecidos que a exuberância dos ricos.
4ª Aparição
19 de Agosto
(A
aparição anunciada para 13 de Agosto não
se realizaria. Os videntes, por ordem do Administrador de Vila Nova
de Ourém, tinham sido presos e levados para a Vila.)
A
visita da Senhora tinha sido transferida para o domingo seguinte, 19
de Agosto, em Aljustrel, que fica mais próximo das moradas dos
Videntes.
Depois
que os Pastorinhos chegarem de Ourém, eram aproximadamente quatro
horas da tarde. Andavam nos Valinhos com as ovelhas quando Lúcia
notou os primeiros fenómenos que habitualmente precediam as
Aparições.
Um
súbito refrescar da temperatura e um desmaiar do Sol, e os
relâmpagos… denunciavam, para breve a Aparição, como acontecera
na Cova da Iria. Mas só os privilegiados Videntes puderam ver Nossa
Senhora!
-
Que é que vossemecê me quer?» Perguntou
a Lúcia.
«-
Que continuem a rezar o Terço a Nossa Senhora do Rosário, todos os
dias, para alcançar o fim da guerra.»
5ª Aparição
13 de Setembro
«-
Rezem sempre o Terço para alcançar o fim da guerra.»
Falavam
da Primeira Guerra Mundial que, pelo ano de 1917, continuava
implacável.
Os
portugueses eram cada vez mais chamados às “fileiras” da
Normandia.
Era
com ansiedade que o Povo aguardava a aparição de 13 de Setembro.
Tinha confiado os seus pedidos a Nossa Senhora, por intercepção dos
Pastorinhos e aguardava resultados.
Pediam
Milagres:
«-
O regresso dos filhos!»
O
dia 12 de Setembro foi de grande afluência de povo à Cova da Iria,
e as casas dos videntes estavam atravancadas de gente que queria
saber pormenores dos milagrosos acontecimentos.
«-
Em Outubro virei com S. José e com o Menino Jesus para dar a Paz ao
mundo.»
-
Que é que quer Vossemecê, que façamos ao dinheiro das ofertas?
«-
Façam dois andores. Um leva-lo tu com a Jacinta e mais duas meninas,
vestidas de branco; o outro leva-o o Francisco com mais três
meninos, com opas brancas…
-
No próximo dia 13 de Outubro farei um milagre para que todos
acreditem!»
6ª Aparição 13 de Outubro de 1917
-
Já no dia 12 era aqui povo que Deus me livre!
-
A visão, como o habitual, ocorrera pelo meio-dia.»
-
Não tenha medo minha mãe. Nada de mal nos acontecerá!
(Lúcia)
-
Quanto se aproximava o dia 13 de Outubro, mais nós insistíamos com
a Lúcia. Dizia a mãe:
-
Era bem que ela não andasse com aquelas teimas.
A
mãe era quem mais a castigava.
Poucos
dias antes do dia de 13 de Outubro apareceu por lá um Padre com seu
paroquiano. Vinham ver se os pequenos se desdiziam.
-
Ouve lá menina vais dizer-me que tudo isso são histórias e
bruxarias! Se tu não o dizes digo-o eu e mando-o dizer por toda a
parte. Todos acreditam em mim. Vem todos por aí abaixo a destruir
tudo! É claro vocês também não escapam.
- Isto não é outra coisa senão bruxedo!
Disse
o paroquiano.
-
O mesmo se dava com uma criada lá em casa… Quando se lhe metia uma
coisa na cabeça não havia ninguém que lha tirasse.
No
dia 13 Lúcia fizera a escolha da pastagem para o gado. Optou pela
Cova da Iria, e para lá se dirigiram.
«-
Eu sou a Senhora do Rosário!»
Nossa
Senhora apareceu também sob as invocações de “Nossa Senhora das
Dores” e de “Nossa Senhora do Carmo”.
-
O Dr. Formigão é que foi a chave de tudo isto. Foi um grande homem!
- O povo ficava triste se soubesse o segredo?
-
Ficava! (Francisco)
«-
Não ofendam mais Nosso Senhor que já está muito ofendido!
-
Quero dizer-te que façam aqui uma Capela em minha honra, que sou a
Senhora do Rosário, e que continuem a rezar o Terço todos os dias.
-
A guerra vai acabar e os militares irão em breve para as suas
casas!»
-
Lá vai ela! Lá vai ela! Era
a senhora que se afastava!
Ia
terminar a visão! Nossa Senhora retirava-se!
-
Olhem para o Sol!
Junto
do Sol os circunstantes puderam ver a Sagrada Família: S. José, o
Menino Jesus e Nossa Senhora sob as invocações de “Nossa Senhora
das Dores” e de “Nossa Senhora do Carmo”!
A
Senhora mais resplandecente que o Sol terminava as Aparições.
Este
Milagre de 13 de Outubro foi concluído e celebrizado pelo estupendo
Milagre do Sol que foi visto por uma multidão que estava na Cova da
Iria e por outras terras, próximas e distantes que se aperceberam do
Milagre e deram notícia.
«-
O Sol começou a “desandar” e a mexer! Parecia uma roda de fogo!»
Uma
multidão de setenta mil pessoas, que estava em Fátima, vira o
Milagre do Sol.
Tomara
todas as cores do arco-íris; a atmosfera assumia todos os coloridos
e cambiantes. As faces das pessoas ficaram amarelas! E todo o povo
ajoelhara na lama!
O Milagre
Afonso
Lopes Vieira, estando na sua casa de praia em São Pedro de Moel,
também vira o Milagre do Sol!
Por
aqueles dias os jornais de Lisboa, e outros, enchiam as páginas com
notícias sobre os acontecimentos.
Estacionava
á minha beira uma carruagem de luxo com uma senhora elegantemente
vestida, acompanhada do filho, talvez universitário, do interior da
carruagem acompanhavam o Milagre.
Estávamos
próximos da carruagem, o Dr. Formigão e nós, pudemos ouvir:
-
Meu filho, ainda tens dúvidas sobre a existência de Deus?
-
Não, minha mãe!
Durante
as exibições do Sol o Povo temera um desfecho trágico; Quando se
persuadiu que o perigo tinha passado, irrompeu em estrondosa acção
de graças:
-
Milagre! Milagre! Bendita seja Nossa Senhora!
«-
O povo estava maravilhado!»
“O segredo de Fátima”
«A mãe» e os Pastorinhos de «Fátima»
“O Segredo”
Nossa
Senhora na aparição de Julho falou de um segredo e disse que o
revelaria na aparição de Outubro.
Pareceu-me
sentir que naqueles tempos, as coisas de Deus já o Homem as trazia
muito esquecidas!
Esquecimento
que é fruto da “vida moderna” preenchida de tantas “fantasias!
que “ofuscam” a ideia de Deus; Que o afastam da nossa “visão”;
Do nosso “pensamento”; E tantas são que retiram Deus do lugar
que deve possuir no coração de cada Homem.
A
Senhora mostrou atenção para com os pobres, os “inocentes” e os
“iletrados”, que muitas carências continuam a sofrer.
Quando
Lúcia escreveu os seus apontamentos, a Primeira e a Segunda Partes
do Segredo, já tinham sido reveladas em Fátima.
Deus
fez questão de criar o Homem “LIVRE” e não dependente como se
fora “escravo.”
O
Homem, que vinha das trevas ao acordar para a liberdade, como que em
madrugada invernosa, depara com a Luz.
Tinha
surgido à Luz “num dia de Sol radiante que o encandeara”;
depois, ainda ofuscado, julgou-se Deus!
Esta
claridade “ofuscou-lhe a memória”. Depressa se esqueceu da
«escravatura» em que vivera, e esquecera-se de Quem lhe dera a
Liberdade!
“Esquecera-se
de Deus! Quase que em definitivo”.
As
Primeiras e Segunda Partes do Segredo de Fátima foram reveladas a
Lúcia por Nossa Senhora numa versão apropriada à cultura e á
idade dos Pastorinhos.
Quando
a atenção do Homem é solicitada de novo para o “esquecimento”,
a Divindade insiste em chamar a atenção para “graves deveres”
que não devem ser esquecidos!
A
grave situação de “esquecimento”, do Homem para com Deus levou
Nossa Senhora a tornar-se, “medianeira”, para lembrar uma, e
muitas vezes, que está em falta”.
A
suavidade e delicadeza, que caracterizam as atitudes da Senhora,
levaram-Na a dirigir-se ao Homem, através dos Pastorinhos, para que
a penetração da mensagem surtisse maior efeito. Falou-lhes por meio
de aparições e não directamente.
Falou
aos “Pastorinhos por intermédio de Anjo. Só depois Nossa Senhora,
durante seis visões e pouco mais, lhes falou directamente.
Na
aparição de Outubro contemplou a Irmã Lúcia com o “segredo”.
Outro
modo de comunicar da Senhora que foi assumindo um crescendo de
delicadeza, alcançando elevadíssimo estrato na divina Arte de
comunicar.
1ª
Parte do Segredo
«-
Sacrificai-vos pelos pecadores!»
-
Dizei muitas vezes, em especial, quando fizerdes algum sacrifício:
-
Ó Jesus seja por vosso amor e pela conversão dos
pecadores e em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado
Coração de Maria.
-
Se atenderdes ao meu pedido, a Rússia converter-se-á e tereis Paz!
Senão espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e
perseguições:
Os
bons serão martirizados; O Santo Padre terá muito que sofrer;
Várias nações serão aniquiladas. Por fim o meu Imaculado Coração
triunfará.
O
Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia que se converterá e será
concedido ao mundo algum tempo de Paz.
-
Por vosso amor «sacrificai-vos pelos pecadores e pela reparação
dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.»
Em
Portugal conservar-se-á sempre o dogma da Fé.
2ª
Parte do Segredo
O inferno
A
segunda parte do Segredo refere-se á visão do Inferno e Nossa
Senhora mostrou-o. Era um grande “mar de fogo”
Mergulhados
nesse fogo, os demónios e as almas, como se fossem brasas
transparentes, negras ou bronzeadas com forma humana, flutuavam no
incêndio levadas pelas chamas, pareciam cair como faúlhas sem peso
nem equilíbrio.
-
Muitos nem querem ouvir falar do inferno.
Jacinta
sentada no chão, pensativa, dizia:
-
Que pena eu tenho das almas que vão para o inferno! Pessoas vivas a
arder como lenha!»
Ajoelhava-se, de mãos postas e ia dizendo:
-
Meu Jesus! Perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno; levai as
alminhas todas para o Céu, principalmente as que mais precisam.
De
joelhos ficava assim muito tempo! Como que acordando de um sonho
chamava por mim ou pelo Irmão.
-
Francisco, Francisco! Vocês estão a rezar comigo? É preciso rezar
muito para livrar as almas do inferno. Vão para lá tantas…
tantas…
Por vezes perguntava:
- Porque é que Nossa Senhora não mostra o inferno aos pecadores?
-
Se eles o vissem já não pecavam.»
Algumas
pessoas, mesmo piedosas, não querem falar às crianças do inferno
para não as assustar. - Mas, Deus não hesitou em mostrar o inferno
a três crianças. Uma delas contava apenas seis anos.
Deus
bem sabia se a visão seria prejudicial ou benéfica. Ele tinha
avaliado sabiamente a inconveniência e todas as conveniências da
visão, e não receou!
3ª
Parte do Segredo
os
livros falam do Segredo de Fátima composto por três partes.
A
Primeira e a Segunda Partes foram reveladas pela Irmã Lúcia, em
particular aos primos e videntes.
A
terceira Parte foi levada para os Arquivos do Vaticano e mais tarde
trazida ao conhecimento público pelo falecido Papa, Beato João
Paulo II.
«O
Terceiro Segredo», “como também foi chamado”, decorre em estilo
profético e mostra um homem vestido de branco que seria perseguido e
feito vítima.
Na
data em que foi revelado o segredo por S.S. João Paulo II foram
muitos os que relacionaram o homem de branco com aquele Papa e com um
dos atentados de que foi vítima.
Parece
ser esta a versão aceite.
A
leitura da “3ª Parte do segredo” parece ter sido escrita para
confirmar as duas primeiras partes que tem ligação ao “tema forte
e central da Igreja”, a “Redenção”, que continuamente insiste
em “alertar” os pecadores.
Síntese:
1ª
parte: Por
meio de Milagres Deus sempre procurou a expansão da fé.
Em
Fátima parece ter sido também visada a expansão do culto a Jesus e
Sua Mãe, oferecendo como recompensa a conversão da Rússia e dos
pecadores, como factores indispensáveis à Paz!
2ª
parte: Nossa
Senhora mostrando o inferno aos pastorinhos credibilizou as aparições
e as suas próprias palavras perante os videntes; E as palavras dos
videntes perante os pecadores.
3ª
parte: A
3ª parte do Segredo expandiu, em todos os sentidos, o interesse dos
Povos pelas Aparições e os pecadores alertados para os perigos que
incorrem.
Resultando
daí conselhos para que se insista na oração, em sacrifícios e em
renúncias. A seu bem e a bem dos pecadores.
A coroa de Nossa Senhora
Esta
coroa é a mais rica entre aquelas que foram dedicadas a Nossa
Senhora do
Rosário de Fátima.
Por
debaixo do globo azul, suspensa, pode ver-se a bala de 9 mm que foi
disparada contra o falecido Papa, Beato João Paulo II na Praça de
S. Pedro, em Roma.
Existia
na coroa um orifício, por debaixo do globo azul. O projéctil sendo
ali inserido fixou-se perfeitamente debaixo do dito globo e, a curta
distância, visível.
Datas
De
Aparições
particulares a Lúcia
1920-
Fevereiro 20. Foi dinamitada a primeira Capelinha construída na Cova
da Iria.
1923-
Janeiro 13- A Irmã Lúcia estava já protegida e em segredo na “Casa
de Vilar” no Porto.
1925 – A Irmã Lúcia ingressa no
Convento das Doroteias, em TUY, Espanha, para iniciar “o
noviciado”.
1925 – Dezembro 10 – Nossa
Senhora aparece à Irmã Lúcia em Pontevedra. E pede-lhe que
pratique a “devoção dos primeiros Sábados”.
1928 – Dá-se o lançamento da
primeira pedra da Basílica da Cova da Iria.
1929 – Nossa Senhora apareceu à
Irmã Lúcia, em Tuy.
1930 – O senhor Bispo de Leiria
publica a carta pastoral que aprova o culto a Nossa Senhora, em
Fátima.
1967 - Visita de Sua Santidade o
Papa Paulo VI para a comemoração de 50 anos de Aparições.
1982 – João Paulo II visita
Fátima em 12 e 13 de Maio.
Artigo
elaborado com frequentes recursos aos livros:
- «Memórias da Irmã Lúcia»
Edição
da Postulação Da Irmã Lúcia, Abril 1963
- «ERA UMA SENHORA MAIS BRILHANTE QUE O SOL»
P. João M. de Marchi I. M.
C.
A Net também oferece na “wikipédia” abundante matéria sobre Fátima.
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