sábado, 3 de maio de 2014

Salvé 13 de MAIO de 2014







    A «mãe»

                             e os Pastorinhos de

                      Fátima








 

“Memórias da Irmã Lúcia”

«Estas memórias são realmente uma das mais
extraordinárias obras da literatura católica do
nosso tempo.
- São o testemunho mais rico, mais vivo e mais
completo…
- Provocam no leitor um justo entusiasmo pela
sua leitura, levado ao encanto por um estilo
puro, simples e sempre animado dum sublime
sentimento religioso e de convicção
profundamente sincera. Etc.»

                                                (Resumo do livro)

                                                           P. Luís Kondor
          
                                                                                                            “Memórias da Irmã Lúcia”
                                          Edição da Postulação da Irmã Lúcia

 

“Era uma Senhora Mais brilhante que o Sol!”

«Os grandes acontecimentos que se deram na Cova da Iria nos meses de Maio a Outubro de 1917 despertaram, especialmente nestes últimos anos não só na Igreja, portuguesa mas em todo o mundo católico, um interesse extraordinário. Multiplicaram-se assim duma forma que quase diremos prodigiosa as publicações sobre as Aparições da Virgem Santíssima e sobre os vultos enternecedores dos Pastorinhos de Fátima.

Isto, não só em língua Portuguesa, mas em várias outras línguas. Etc.»
(Resumo do livro)
P. João de Marchi, I.M.C.
  
   «Era Uma Senhora Mais Brilhante que o Sol!»
 Edição das «Emissões da Consolata»

Fátima é extraordinário património espiritual dos Cristãos, particularmente dos Cristãos Portugueses conquistados pelo amor da Senhorinha Mãe.

É baluarte do amor que afirma, aos quatro ventos, que a “Paz” é possível. É garante de que com Deus, a Paz está sempre mais próxima…em qualquer circunstância!

É grande tema de meditação para os portugueses e para todo o Mundo.

Para os Portugueses continua a ser a grande “graça”, mercê da qual Portugal não entraria na terrível contenda que foi a “Segunda Guerra Mundial”.

“Os Três Pastorinhos” 

  «A mãe» e os Pastorinhos de «Fátima»
                                                                 

Os Três Pastorinhos

  

Dos três Pastorinhos de Fátima, a mais velha era a Lúcia, prima dos outros Videntes e irmãos, Jacinta e Francisco.
Os Videntes nasceram e viviam com suas famílias no lugar de Aljustrel; aldeia da freguesia de Fátima, junto aos Valinhos, quem vai do Santuário pelo “Caminho da Via-Sacra”.
Os três videntes nascidos e criados com outras crianças familiares ou vizinhas, brincavam juntos, nos intervalos das idas á Igreja, em inocentes folguedos infantis. Mais tarde passavam muito tempo, na Cova da Iria, onde fica hoje o Santuário, vigiando magros rebanhos de ovelhas que pasciam por leiras dispersas por agrestes montados de sobreiros, azinheiras e outras espécies com algum interesse para a pastorícia. Enquanto o gado pastava, os pequenos pastores, iam rezando o Têrço.
Lúcia, que contava dez anos, era enérgica, responsável, decidida e bem ancorada nos fundamentos da fé que professava em perfeita sintonia com familiares e vizinhos, fiéis rigorosos a hábitos cristãos ancestrais.

Na aldeia de Aljustrel, residiam de há longa data, várias famílias, algumas aparentadas; era Povo temente de Deus e muito humilde; Viviam dos parcos recursos que lhes proporcionavam pequenas leiras, de propriedades familiares, antigas.
Era gente do campo que respeitava os mesmos princípios religiosos; Praticava franca entreajuda e vivia de parcos recursos económicos.
Era gente humilde que, depois da ceia, rezava sempre o terço. Durante o dia aproveitava todos os momentos livres para rezar.
Foi essa a educação que Lúcia recebeu e que em tudo era semelhante à educação primos, os irmãos Francisco e Jacinta.
Toda a vizinhança de Aljustrel era gente boa, bem formada, gente de Missa, trabalhadeira e económica, muito ao jeito dos tempos que corriam.
As Aparições de Fátima representaram acontecimento excepcional, para a nação portuguesa e para o Catolicismo, com grande reflexo no conturbado primeiro quartel do século XX e daí para cá.
É acontecimento largamente salientado pelo Povo agradecido, que lhe atribuíu a grande graça de termos conservado imunes aos efeitos demolidores, da “Segunda Guerra Mundial”.
Quando ocorreram as Aparições os videntes eram muito novos:
Irmã Lúcia” contava dez anos.
Francisco ia em nove.
Jacintinha, contava sete anos e dois meses.
A Irmã Lúcia
- A Irmã Lúcia (n. 22-03-1907 – f. 13 – 02 – 2005, Coimbra)
Lúcia, sob muitos aspectos foi a mais saliente dos videntes.
Assistiu a todas as Aparições em Fátima, excepto a duas, em que Jacinta foi contemplada quando já muito doente.
Lúcia, além destas, foi contemplada com Aparições pessoais que ocorreram nas Ordens Religiosas onde permanecera.
Com os primos foi vítima de prisão e ameaças, em Ourém e de interrogatórios capciosos e cerrados, tendenciosos e de incompreensões que feriam. Participou na horrível visão do Inferno.
Foi a única Vidente a quem foi confiado o famoso “Segredo de Fátima”.
Era Lúcia, ainda criança era amiga das amigas que a procuravam. Juntavam-se à sua volta para brincar ou para a acompanhar nas idas à Igreja. Mais tarde acompanhavam-na no pastoreio dos rebanhos pela Serra.
Gostava de cantar quanto ouvia pela Igreja e as “modinhas” populares do seu tempo!
Na sua humildade apresentava-se como:
«- Sou uma pobre pastora. Rezo sempre a Maria!»
Por conselho de Nossa Senhora e de D. José Correia da Silva, 1º Bispo da Diocese Restaurada de Leiria, a Vidente foi encorajada a aprender a ler. Depois da Aparição de Outubro de 1917, obedecendo ao aconselhado, Lúcia passou a frequentar a Escola.
O que lhe permitiu que o P. Luís Kondor levasse à forma de livro, sob o título «Memórias de Irmã Lúcia», pormenorizados escritos que deixou preenchidos com recordações sobre as Aparições.
Este trabalho importantíssimo «Memórias de Irmã Lúcia» que seguimos, obrigá-la-ia a grande esforço de memória e a consultar os primos, sempre que teve necessidade de aclarar dúvidas.
A jovem Lúcia foi a única que viu, ouviu e falou com Nossa Senhora durante as Aparições, e noutras que mais tarde ocorreram pelas Ordens Religiosas a que pertenceu.
Era a mais nova de sete irmãs.
Como acontecera com os primos sofreu muito por causa das Aparições.
Depois da Aparição de Outubro e dos perigos a que estaria exposta muitos pensavam protege-la. Esta foi uma das primeiras resoluções de D. José, que decidiu pela frequência em colégio.
Aos catorze anos Lúcia entrou par o Colégio de Vilar, no Porto e aí recebeu sólida educação moral e religiosa.
Era dotada de “Grande talento”, “Boa memória”; Era “calma”, “muito digna”, ponderada e muito considerada” o que a ajudaria a adquirir excelente formação.
Antes de entrar no colégio já lhe tinha ocorrido “consagrar-se a Deus pela vida conventual”. O que agora viria a acontecer no Colégio de Vilar da «Ordem carmelitana». Depois por influência das formadoras transferiu-se para as Doroteias Portuguesas (1921/25).
Contava 18 anos quando foi iniciar o noviciado em Tuy.
As Doroteias tinham Casa em Pontevedra e para lá seguiu (1925) para iniciar o Postulantado, seguido da imposição do hábito em 2 de Outubro de 1926.
Seis anos depois voltou à Casa de Pontevedra e lá esteve até 1946.
Certo dia foi levada a Fátima, à Cova da Iria e a Aljustrel, em rápida visita, para recordar o passado.
Regressada ao Porto foi colocada na Casa do Sardão em Vila Nova de Gaia, de onde obteve do Papa autorização para integrar o «Carmelo de Santa Teresa» em Coimbra, praticando ali o “retiro” e a “solidão” que ambicionava.
Lúcia ao escrever seus “inspirados” registos era assistida por Deus.
Entretanto definiria o sentido que atribuiu à palavra “inspirada”:
«- Escrevi “inspirada”, por sentir que devia dizer, aquilo que tinha dentro de mim!»
Sentimos que sabia expor com clareza. «Lúcia mostrou saber dizer o que queria e como queria!»
Denota alguma insegurança quanto a datas mas, nem ela nem os primos, muito pequenos, dominavam a contagem “dos dias da semana”, ou “dos meses”… de tão novos.
Graças ao seu trabalho há hoje apreciável quantidade de informação segura e preciosa sobre as Aparições.
Um dia certo Padre deu-lhe este concelho:
«- O segredo da filha do Rei deve permanecer oculto em seu coração?»
- !
«- Fazeis Bem em guardar para Deus e para vós, os segredos das vossas almas!»
Não nos dizem os Santos Evangelhos que a santíssima Mãe guardava as coisas em seu Coração?
Os pastorinhos também procuravam guardar segredos para si e para os seus.

A Prece da Jacinta

 

Ó tu que a terra
Passas-te voando
Jacinta querida,
Numa dor intensa.
Jesus amando,
Não esqueças a prece
Que eu te pedia.
Sê minha amiga
Junto do trono
Da virgem Maria.
Lírio de candura
Pérola brilhante
Oh! Lá no Céu
Onde vives triunfante,
Serafim de amor,
Com teu irmãozinho
Roga por mim
Aos Pés do Senhor.

Irmã Lúcia
«- Antes das ocorrências de 1917, era o laço de parentesco que me unia a Jacinta, e nenhum outro afecto particular, me fazia preferir a companhia de Jacinta e de Francisco, à de qualquer outra criança.» Palavras de Lúcia.
- Jacinta era melindrosa e, durante os folguedos podia ficar amuada. Escolhia os companheiros com quem brincar. Mandava que ficassem sentados no bordo do poço tampado com lajes e protegido pela sombra de árvores que tínhamos ao fundo do quintal.”
«- Três grandes figueiras guardavam do Sol do pátio onde brincávamos. Por vezes “jogávamos a botões”. Quando o jogo esgotava a provisão de botões, tirávamos os botões à roupa.»
Lúcia via-se por vezes em grandes aflições! Quando chamavam para comer e me encontrava sem botões na roupa; Era preciso pregá-los à pressa!
«- Quando Jacinta vinha com o irmão chamar-me para brincar, dizia-lhe que não podia:
«- Minha Mãe tinha-me mandado que estivesse ali!

Francisco
Francisco (n.11-06-1908 - f. -04-04-1919 - Aljustrel)

Francisco, com Lúcia e Jacinta, como companheiros de infância e pastores, estiveram presentes nas Aparições do Anjo e nas de Nossa Senhora em Fátima. Os três participaram na visão do Inferno.

Enquanto as ovelhas pastavam Francisco empenhava-se na construção de “casinhas” feitas com muros de pedra. Eram miniaturas que idealizava e construía com pedrinhas que encontrava pelo monte.
Dai dizerem-lhe que iria ser “arquitecto”.
Era muito “reservado”. Lúcia escreve sobre os primos com emoção:
«- Francisco “era um velhinho!»
Partilhava do mesmo modo de ser de Jacinta.
Eram iguais no modo se ser… E em tudo!
Francisco foi o primeiro a falecer.

Jacinta
(n. -11-03-1910 f.– 02-02-1920, Lisboa)

Jacinta estive presente às Aparições do Anjo e às de Nossa Senhora. As duas últimas Aparições foram de Nossa Senhora foram particulares e em Aljustrel. Jacinta estava já muito mal.
Participou com os outros Videntes na visão do Inferno.

A Sensibilidade
Jacinta, à noitinha gostava de ver o “por do Sol”, da nossa eira: Gostava de ver as cores do Céu depois que o Sol se punha. O ” Céu” cobria-se de estrelas. Ela encantava-se; Gostava de ver as estrelas.
Possuía uma alma extraordinariamente sensível. Foi sempre obediente, “mansinha” mas, mostrou-se muito firme na defesa das afirmações anteriormente proferidas sobre as aparições.
Os inquiridores foram sempre vencidos pela firmeza dela.

Meditação de Jacinta
Chegados à pastagem, Jacinta, por vezes sentava-se numa pedra e ficava pensativa.
- Jacinta!… anda brincar!
«- Hoje não quero brincar. Estou a pensar…
- Aquela Senhora disse-nos para rezarmos o Terço e fazermos penitência. Disse-nos que muitas almas iam para o inferno.
- O que é o inferno?»
- É uma cova cheia de bichos! (Lúcia)
- Jacinta era notada por levar a peito a conversão dos pecadores. (Lúcia)
O bom coração
Quando íamos com as ovelhas para o pasto passamos por uns pobrezinhos e Jacinta logo aproveitou:
«- Damos a nossa merenda àqueles pobrezinhos, pela conversão dos pecadores?»
E correu a levar-lhes a sua merenda! Daí em diante, quando passávamos por eles, oferecia-lhes sempre a merenda que levávamos para aquela tarde.

Lições de doutrina

A irmã de Lúcia era zeladora e dava lições de doutrina em casa nas horas de cesta e recomendava:
- Não quero ficar envergonhada quando o Senhor Prior vos perguntar a doutrina!
Ela era exigente. Mas Jacinta, e todas as crianças, lá estavam a horas, para a lição.

O Menino Jesus escondido
«- Como é que tanta gente recebe ao mesmo tempo o Menino Jesus escondido (em forma de Hóstia). É um bocadinho para cada um?»
- Não vez que são muitas Hóstias e que em cada uma está o Menino escondido!
O rápido e certeiro raciocínio da Jacinta obrigava, na emergência a respostas prontas que nem sempre ocorriam com a precisão desejada.
- Quantos disparates terei dito? (confessava Lúcia)

O Terço rezado
Quando os novos pastorinhos puderam tornar-se responsáveis pelos rebanhos recomendaram-lhes que depois da merenda rezassem o Terço.
Eles cumpriram a ordem mas, passados os primeiros dias tinham observado que rezar o Terço lhes “ocupava” muito tempo de brincadeira.
Então pensaram adoptar um modo de “passar as contas”, menos demorado.
Passavam as Avé Maria de cada Mistério a dizer: “Avé Maria… Avé Maria… Avé Maria”… Quando chegavam ao Pai Nosso diziam muito de vagar: “P a i… N o s s o… ” e logo continuavam com as Avé Maria… Avé Maria… Avé Maria... E num abrir e fechar de olhos o Terço estava rezado!

No meio do rebanho
Jacinta gostava de apanhar um cordeirinho branco, ainda pequeno, e de o trazer ao colo para casa.
Um dia, meteu-se no meio do rebanho com o cordeirinho ao colo.
- Para quê no meio do rebanho, e com o cordeiro ao colo?
- É para fazer como Nosso Senhor… naquele santinho que me deram!»

Na cadeia de Ourém
Quando viram como eram rudes os interrogatórios, e que nada mais lhes restaria senão sofrer a prisão; resolveram que rezariam o Terço enquanto por lá estivessem.
Francisco, levantando as mãozinhas e os olhos para o Céu, logo fez o oferecimento:
- Ofereçamos o nosso sofrimento pelo Santo Padre e pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.
Depois juntaram-nos numa sala e foram-se, dizendo que daí a pouco nos vinham buscar para “fritar”!
Dissera então:
«- Vamos morrer sem voltar a ver os nossos pais!» (Jacinta)
- Então já não queres a conversão dos pecadores? Perguntou Lúcia:
«- Quero ; Quero!» E fez ela o oferecimento:
«- Ó meu Jesus, é por Vosso amor e Imaculado Coração de Maria, pelo Santo Padre e pelos pecadores!»
Então os presos quiseram consolar-nos.
- Mas digam ao senhor Administrador esse segredo! Que lhes importa que a Senhora queira ou não queira.
«- Isso não! Antes disso quero morrer!» Disseram todos.

O Terço na prisão
Não vendo modo de se livrar do Administrador, prepararam-se para aproveitar o tempo com a reza do Terço.
Então Jacinta tirou uma medalha que trazia ao pescoço e pediu a um preso que lha pendurasse na parede. De joelhos, diante da medalha iniciaram o Terço; os presos de joelhos acompanharam os pastorinhos!
- Se não sabiam rezar, pelo menos estiveram de joelhos connosco!
Terminado o Terço Jacinta voltou para junto da janela… chorava comovida.
«- Ofereço o Terço por todos… Porque gosto muito de todos!»

Afeição pelo baile
A fama das Aparições fez aumentar o movimento em Fátima, o que fez com que aparecesse por lá quem tocasse harmónica, o que deu em bailarico.
Um dia Jacinta foi o par de um pobre e, ladrão. Ela de tão pequenina acabou o baile ao colo dele.
Era tão sensível que bastava ouvir os pastores tocar, mesmo ao longe e já ela começava a dançar, ainda que sozinha.
Um dia quando se aproximava o São João ou o Carnaval, disse-me:
«- Já não bailo mais»
- Então porquê?
«- Porque quero oferecer este sacrifício a Nosso Senhor!»



II Depois das Aparições
A “Loca do Cabeço”
Quando apareciam pessoas de fora queriam sempre ouvir os Pastorinhos.
A mãe de Jacinta estava continuamente a mandar chamar os filhos ao monte, onde pastoreavam as ovelhas; Isso significava deixar aquilo que estava a fazer e “arranjar alguém que os fosse chamar”. O trabalho não lhe rendia!
Então entregou o pastoreio ao filho João, irmão de Jacinta e ela passaria a ficar mais por casa.
Custou-lhe muito resignar-se a esta ordem.
Passaram a tentar ocultar-se do Povo e continuamente se refugiavam na “caverna do rochedo” que fica num monte em frente às nossas casas.
Chamávamos-lhes “Loca do Cabeço”, porque ali havia um abrigo tão bem feito que resguardava perfeitamente da chuva, dos ventos e do Sol.
- Quantas orações ali ofereceram ao nosso bom Deus!»

O incomodo dos interrogatórios.
Era contínua a chegada de pessoas que queriam falar com os pastorinhos e com a mãe, que era tia da Lúcia. Ela tinha de arranjar alguém que os fosse chamar.
A Jacinta gostava de ir ver o Santíssimo durante o recreio, mas logo a vinham chamar!
«- Parece que adivinham!»
Aquela gentinha, que vinda das aldeias não nos deixava. E falavam-nos das suas necessidades e aflições. Se se tratava de algum pecador Jacinta dizia:
«- Temos de rezar e oferecer sacrifícios! Não vá ele para o inferno!»
Depois começou a fugir das pessoas. Tantas eram que não a deixavam.

Os interrogatórios.
Durante muito tempo sofreram numerosas “investidas” de pessoas movidas por segundas intenções que a todo a custo queriam levá-los a desdizer-se. Eram pessoas estranhas que, com grande insistência, depararam com a tenacidade exemplar dos Pastorinhos e tão grande foi que:
«- Nem sei dizer quem seria o maior defensor das Aparições.»
Depois que a dúvida começou a desvanecer-se; A mãe de Lúcia confessou a sua grande insistência; a ponto de dizer que, “Era com medo de cair no ridículo”:
- “Foram os de casa quem mais insistiu com os Videntes para que desdissessem”. (confessou)

O Santo Padre Cruz
O senhor Dr. Cruz veio de Lisboa para ouvir os pastorinhos. Depois, em Aljustrel, quis ver a Cova da Iria e nós fomo-lo acompanhar.
Nós íamos a pé e ele montado num jerico mas, o jerico era tão pequeno que por pouco, o Santo Homem arrastava os pés pelo chão. De uma vez disse-me.
«- Gosto tanto de Nosso Senhor e de Nossa Senhora que nunca me canso de lhes dizer que os amo.»

Graças alcançadas pela Jacinta
Uma vizinha insultava os Pastorinhos sempre que os via.
Vimo-la um dia numa taberna e ela, como já não estava em si, insultou-nos.
A Jacinta disse-me:
«- Temos de oferecer sacrifícios a Nossa Senhora por esta mulher.»
Um dia passamos em frente da porta dessa mulher e deitamos a correr. Jacinta parou e perguntou-me:
«- É amanhã que vamos ver aquela Senhora?
- É!
«- Então não brinquemos mais e ofereçamos o sacrifício pela conversão dos pecadores.»
A partir daí a mulher deixou as apoquentar. Um dia encontrou-os e ajoelhou-se aos pés de Jacinta a chorar.
A Jacinta pegou-a pela mão e ajudou-a a levantar.


III Doença e morte de Jacinta

Lúcia procurou recordar a vida de Jacinta perante o Bispo, D. José.

«- Peço-lhe um favor! É que se publicar alguma coisa das que acabo de contar, de modo algum fale da minha pessoa.»
É que se eu soubesse que Vª Reverendíssima tivesse queimado este escrito, sem sequer o ler; Teria nisso muito gosto, pois que o escrevi para obedecer à vontade do Nosso Deus.


Os últimos dias, em casa
Pelas fotos se nota que Jacinta era a mais nova dos videntes e muito débil.
Era muito meiga, introvertida, atenta e de saliente rectidão; O que levaria a que Lúcia se lhe afeiçoasse e a tomasse sob protecção. Lúcia nutria por ela inegável admiração.
No conjunto das Aparições, os apontamentos de Lúcia, dão a Jacinta lugar muitíssimo destacado.

Passou os últimos dias de Aljustrel sentada na cama do irmãozinho que viria a falecer antes dela. Já muito doentinha, mereceu, por duas vezes, ter sido visitada por Nossa Senhora.
Foi vítima da “pneumónica”, falecendo depois do Francisco.
Muito doente nunca deixou de se interessar pelos grandes problemas do Homem que são o motivo das Aparições.
Os últimos tempos de infância foram dedicados “Aos pecadores”, “à Igreja”, “ao Santo Padre”, “ao clero”, “à fome e à guerra”, etc. É admirável que uma criança de dez anos se tenha interessado de modo tão profundo e decisivo, por assuntos candentes que continuam a “alheios” aos adultos.

"As Aparições do Anjo”


«A mãe» e os Pastorinhos de «Fátima»

As Aparições




1ª Aparição do Anjo

A primeira aparição do Anjo:
«- Parece-me que foi no Verão de 1915, entre os meses de Abril e Outubro. Foi quando viram apenas uma nuvem transparente que aparentava vagos contornos humanos.» (Lúcia)
«- Não temais! Eu sou o Anjo da Paz!»
«- O Anjo da Paz, «ajoelhando em terra, curvou a fronte até ao chão!»
Ensinara-lhes a famosa “Oração do Anjo”, que assim ficaria conhecida, e deviam repetir três vezes.

«- Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo. Peço-vos perdão
para os que não crêem, não adoram, não esperam e não vos
amam!»

2ª Aparição do Anjo

A segunda aparição ocorreu pelo pino do Verão de 1916. Foi “junto ao poço” da casa. Foi em Aljustrel que o Anjo se deixou ver. Desta vez aparentava contornos mais visíveis. No instante seguinte e num gesto de familiaridade acercou-se dos videntes.
3ª Aparição do Anjo
         «- Quando o Anjo apareceu pela terceira vez, seria em Outubro, ou fins de Setembro.»
Lúcia teria 8 ou 9 anos. O Anjo trazia nas mãos um cálice encimado pela Hóstia que derramava sangue sobre o cálice; O cálice tinha ficado suspenso no espaço.
Depois, retomando o cálix:
- Deu-me a Hóstia!
Aquilo que estava no cálice (O Sangue que gotejava da Hóstia) deu-o ao Francisco e à Jacinta.»

4ª e 5ª Aparições do Anjo
Em dias seguintes a estranha figura branca do Anjo voltou a aparecer mas, a Irmã Lúcia já não saberia pormenorizar!

“Aparições de Nossa Senhora”

 
«A mãe» e os Pastorinhos de «Fátima»

«- Era Uma Senhora Mais Brilhante que o Sol»



1ª Aparição
13 de Maio de 1917
Era Domingo e mês das flores!
Antes de soltar o gado os três pastorinhos ouviram Missa em Fátima, depois receberam em casa sua merenda e foram com o gado para a Cova da Iria, como necessidade para sustento dos minúsculos rebanhos.
Já com o gado a pastar «repicaram em Fátima os sinos chamando para a Missa do meio-dia e foi quando notaram “o clarão rápido de um relâmpago”, seguido de outro mais forte e mais intenso. Os pastorinhos sem se aperceber da origem dos relâmpagos caminharam, talvez, na direcção de casa.
Foi então que notaram “a visão” sobre a copa de uma pequena azinheira…
«- Era uma Senhora vestida de branco, e mais brilhante que o Sol.» Descreve a Lúcia.

«- Não tenhais medo Eu não vos faço mal.» Disse a Senhora e mais recomendaria:
- Rezai o terço todos os dias para alcançar Paz para o mundo e o fim da guerra.»

Ai que Senhora tão bonita! Dizia a Jacinta.
- Era uma mulherzinha muito bonita!
- E o que é que essa mulherzinha vos disse?
- Que fossemos seis meses seguidos à Cova da Iria, e que então nos diria quem era, e o que queria!

A par dos efeitos das visões no povo, muitos inquiridores desenvolveram esforços no sentido de levar as crianças a decair, a confessar que “mentiam” mas, elas mantiveram-se sempre firmes e o tempo demoveu os incrédulos.



2ª Aparição
13 de Junho de 1917
Cinquenta pessoas acorreram à segunda visita da Senhora à Cova da Iria, a 13 de Junho conforme estava marcado. Aquelas presenças mostram que havia pessoas que estavam animadas em dar crédito aos videntes. Uma delas se tornaria conhecida por “Senhora Maria da Capelinha”, por ter guardado as primeiras ofertas para a construção de uma Capelinha.
Na véspera do dia treze, em Fátima, já se notava certo frenesim e muita curiosidade por tudo quanto viria acontecer.
Era dia de Santo António e foram muitos os que dispensaram a festa para estar na Cova da Iria.
«- Quero que venhais aqui no dia treze do mês que vem e que rezeis o Terço intercalando esta jaculatória entre os Mistérios:
- Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno; Levai as almas para o céu, especialmente as mais abandonadas!»



3ª Aparição
13 de Julho de 1917
Depois de um tempo de espera, Lúcia pede aos presentes:
- Fechem os chapéus! Fechem os chapéus (de chuva) que já aí vem Nossa Senhora.
- Eu, por mais que olhasse, nada via. Afirmei melhor o olhar e vi assim a modo de uma nuvenzinha acinzentada que pairava sobre a azinheira. O Sol “enturviscou-se” e começou a correr uma aragem tão fresquinha que consolava.
Nesta aparição Nossa Senhora falou-lhes de um segredo disse que a 13 de Outubro o revelaria. 

O povo deixou-se encantar pela “Senhora” aparecida em Fátima e, fiéis ou simples curiosos afluíam, em maior número e mantinham-se ao lado dos Pastorinhos, durante as aparições.
A simplicidade em que as Aparições periodicamente ocorriam foi modo importante de mostrar como Nossa Senhora estava mais atenta aos carecidos que a exuberância dos ricos.



4ª Aparição

19 de Agosto
(A aparição anunciada para 13 de Agosto não se realizaria. Os videntes, por ordem do Administrador de Vila Nova de Ourém, tinham sido presos e levados para a Vila.)

A visita da Senhora tinha sido transferida para o domingo seguinte, 19 de Agosto, em Aljustrel, que fica mais próximo das moradas dos Videntes.
Depois que os Pastorinhos chegarem de Ourém, eram aproximadamente quatro horas da tarde. Andavam nos Valinhos com as ovelhas quando Lúcia notou os primeiros fenómenos que habitualmente precediam as Aparições.
Um súbito refrescar da temperatura e um desmaiar do Sol, e os relâmpagos… denunciavam, para breve a Aparição, como acontecera na Cova da Iria. Mas só os privilegiados Videntes puderam ver Nossa Senhora!

- Que é que vossemecê me quer?» Perguntou a Lúcia.
«- Que continuem a rezar o Terço a Nossa Senhora do Rosário, todos os dias, para alcançar o fim da guerra.»



5ª Aparição

13 de Setembro
«- Rezem sempre o Terço para alcançar o fim da guerra.»
Falavam da Primeira Guerra Mundial que, pelo ano de 1917, continuava implacável.

Os portugueses eram cada vez mais chamados às “fileiras” da Normandia.

Era com ansiedade que o Povo aguardava a aparição de 13 de Setembro. Tinha confiado os seus pedidos a Nossa Senhora, por intercepção dos Pastorinhos e aguardava resultados.

Pediam Milagres:
«- O regresso dos filhos!»
O dia 12 de Setembro foi de grande afluência de povo à Cova da Iria, e as casas dos videntes estavam atravancadas de gente que queria saber pormenores dos milagrosos acontecimentos.
«- Em Outubro virei com S. José e com o Menino Jesus para dar a Paz ao mundo.»
- Que é que quer Vossemecê, que façamos ao dinheiro das ofertas?
«- Façam dois andores. Um leva-lo tu com a Jacinta e mais duas meninas, vestidas de branco; o outro leva-o o Francisco com mais três meninos, com opas brancas…
- No próximo dia 13 de Outubro farei um milagre para que todos acreditem!»



6ª Aparição
13 de Outubro de 1917
- Já no dia 12 era aqui povo que Deus me livre!
- A visão, como o habitual, ocorrera pelo meio-dia.»
- Não tenha medo minha mãe. Nada de mal nos acontecerá! (Lúcia)
- Quanto se aproximava o dia 13 de Outubro, mais nós insistíamos com a Lúcia. Dizia a mãe:
- Era bem que ela não andasse com aquelas teimas.
A mãe era quem mais a castigava.

Poucos dias antes do dia de 13 de Outubro apareceu por lá um Padre com seu paroquiano. Vinham ver se os pequenos se desdiziam.
- Ouve lá menina vais dizer-me que tudo isso são histórias e bruxarias! Se tu não o dizes digo-o eu e mando-o dizer por toda a parte. Todos acreditam em mim. Vem todos por aí abaixo a destruir tudo! É claro vocês também não escapam.

- Isto não é outra coisa senão bruxedo!
Disse o paroquiano.
- O mesmo se dava com uma criada lá em casa… Quando se lhe metia uma coisa na cabeça não havia ninguém que lha tirasse.

No dia 13 Lúcia fizera a escolha da pastagem para o gado. Optou pela Cova da Iria, e para lá se dirigiram.

«- Eu sou a Senhora do Rosário!»
Nossa Senhora apareceu também sob as invocações de “Nossa Senhora das Dores” e de “Nossa Senhora do Carmo”.
- O Dr. Formigão é que foi a chave de tudo isto. Foi um grande homem!

- O povo ficava triste se soubesse o segredo?
- Ficava! (Francisco)



«- Não ofendam mais Nosso Senhor que já está muito ofendido!
- Quero dizer-te que façam aqui uma Capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário, e que continuem a rezar o Terço todos os dias.
- A guerra vai acabar e os militares irão em breve para as suas casas!»

- Lá vai ela! Lá vai ela! Era a senhora que se afastava!
Ia terminar a visão! Nossa Senhora retirava-se!
- Olhem para o Sol!

Junto do Sol os circunstantes puderam ver a Sagrada Família: S. José, o Menino Jesus e Nossa Senhora sob as invocações de “Nossa Senhora das Dores” e de “Nossa Senhora do Carmo”!
A Senhora mais resplandecente que o Sol terminava as Aparições.
Este Milagre de 13 de Outubro foi concluído e celebrizado pelo estupendo Milagre do Sol que foi visto por uma multidão que estava na Cova da Iria e por outras terras, próximas e distantes que se aperceberam do Milagre e deram notícia.

«- O Sol começou a “desandar” e a mexer! Parecia uma roda de fogo!»
Uma multidão de setenta mil pessoas, que estava em Fátima, vira o Milagre do Sol.
Tomara todas as cores do arco-íris; a atmosfera assumia todos os coloridos e cambiantes. As faces das pessoas ficaram amarelas! E todo o povo ajoelhara na lama!

O Milagre

Afonso Lopes Vieira, estando na sua casa de praia em São Pedro de Moel, também vira o Milagre do Sol!
Por aqueles dias os jornais de Lisboa, e outros, enchiam as páginas com notícias sobre os acontecimentos.

Estacionava á minha beira uma carruagem de luxo com uma senhora elegantemente vestida, acompanhada do filho, talvez universitário, do interior da carruagem acompanhavam o Milagre.
Estávamos próximos da carruagem, o Dr. Formigão e nós, pudemos ouvir:
- Meu filho, ainda tens dúvidas sobre a existência de Deus?
- Não, minha mãe!

Durante as exibições do Sol o Povo temera um desfecho trágico; Quando se persuadiu que o perigo tinha passado, irrompeu em estrondosa acção de graças:
- Milagre! Milagre! Bendita seja Nossa Senhora!

«- O povo estava maravilhado!»


“O segredo de Fátima”

 
«A mãe» e os Pastorinhos de «Fátima»

“O Segredo”

Nossa Senhora na aparição de Julho falou de um segredo e disse que o revelaria na aparição de Outubro.
Pareceu-me sentir que naqueles tempos, as coisas de Deus já o Homem as trazia muito esquecidas!



Esquecimento que é fruto da “vida moderna” preenchida de tantas “fantasias! que “ofuscam” a ideia de Deus; Que o afastam da nossa “visão”; Do nosso “pensamento”; E tantas são que retiram Deus do lugar que deve possuir no coração de cada Homem.
A Senhora mostrou atenção para com os pobres, os “inocentes” e os “iletrados”, que muitas carências continuam a sofrer.


Quando Lúcia escreveu os seus apontamentos, a Primeira e a Segunda Partes do Segredo, já tinham sido reveladas em Fátima.


Deus fez questão de criar o Homem “LIVRE” e não dependente como se fora “escravo.”
O Homem, que vinha das trevas ao acordar para a liberdade, como que em madrugada invernosa, depara com a Luz.
Tinha surgido à Luz “num dia de Sol radiante que o encandeara”; depois, ainda ofuscado, julgou-se Deus!
Esta claridade “ofuscou-lhe a memória”. Depressa se esqueceu da «escravatura» em que vivera, e esquecera-se de Quem lhe dera a Liberdade!
Esquecera-se de Deus! Quase que em definitivo”.
As Primeiras e Segunda Partes do Segredo de Fátima foram reveladas a Lúcia por Nossa Senhora numa versão apropriada à cultura e á idade dos Pastorinhos.
Quando a atenção do Homem é solicitada de novo para o “esquecimento”, a Divindade insiste em chamar a atenção para “graves deveres” que não devem ser esquecidos!
A grave situação de “esquecimento”, do Homem para com Deus levou Nossa Senhora a tornar-se, “medianeira”, para lembrar uma, e muitas vezes, que está em falta”.
A suavidade e delicadeza, que caracterizam as atitudes da Senhora, levaram-Na a dirigir-se ao Homem, através dos Pastorinhos, para que a penetração da mensagem surtisse maior efeito. Falou-lhes por meio de aparições e não directamente.
Falou aos “Pastorinhos por intermédio de Anjo. Só depois Nossa Senhora, durante seis visões e pouco mais, lhes falou directamente.
Na aparição de Outubro contemplou a Irmã Lúcia com o “segredo”.
Outro modo de comunicar da Senhora que foi assumindo um crescendo de delicadeza, alcançando elevadíssimo estrato na divina Arte de comunicar.


1ª Parte do Segredo

«- Sacrificai-vos pelos pecadores!»
- Dizei muitas vezes, em especial, quando fizerdes algum sacrifício:
- Ó Jesus seja por vosso amor e pela conversão dos pecadores e em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.
- Se atenderdes ao meu pedido, a Rússia converter-se-á e tereis Paz! Senão espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições:


Os bons serão martirizados; O Santo Padre terá muito que sofrer; Várias nações serão aniquiladas. Por fim o meu Imaculado Coração triunfará.
O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia que se converterá e será concedido ao mundo algum tempo de Paz.
- Por vosso amor «sacrificai-vos pelos pecadores e pela reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.»
Em Portugal conservar-se-á sempre o dogma da Fé.


2ª Parte do Segredo


                                      O inferno
A segunda parte do Segredo refere-se á visão do Inferno e Nossa Senhora mostrou-o. Era um grande “mar de fogo”
Mergulhados nesse fogo, os demónios e as almas, como se fossem brasas transparentes, negras ou bronzeadas com forma humana, flutuavam no incêndio levadas pelas chamas, pareciam cair como faúlhas sem peso nem equilíbrio.


- Muitos nem querem ouvir falar do inferno.
Jacinta sentada no chão, pensativa, dizia:
- Que pena eu tenho das almas que vão para o inferno! Pessoas vivas a arder como lenha!»
Ajoelhava-se, de mãos postas e ia dizendo:
- Meu Jesus! Perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno; levai as alminhas todas para o Céu, principalmente as que mais precisam.
De joelhos ficava assim muito tempo! Como que acordando de um sonho chamava por mim ou pelo Irmão.
- Francisco, Francisco! Vocês estão a rezar comigo? É preciso rezar muito para livrar as almas do inferno. Vão para lá tantas… tantas…
Por vezes perguntava:
- Porque é que Nossa Senhora não mostra o inferno aos pecadores?
- Se eles o vissem já não pecavam.»


Algumas pessoas, mesmo piedosas, não querem falar às crianças do inferno para não as assustar. - Mas, Deus não hesitou em mostrar o inferno a três crianças. Uma delas contava apenas seis anos.
Deus bem sabia se a visão seria prejudicial ou benéfica. Ele tinha avaliado sabiamente a inconveniência e todas as conveniências da visão, e não receou!

3ª Parte do Segredo 
 
os livros falam do Segredo de Fátima composto por três partes.
A Primeira e a Segunda Partes foram reveladas pela Irmã Lúcia, em particular aos primos e videntes.
A terceira Parte foi levada para os Arquivos do Vaticano e mais tarde trazida ao conhecimento público pelo falecido Papa, Beato João Paulo II.
«O Terceiro Segredo», “como também foi chamado”, decorre em estilo profético e mostra um homem vestido de branco que seria perseguido e feito vítima.
Na data em que foi revelado o segredo por S.S. João Paulo II foram muitos os que relacionaram o homem de branco com aquele Papa e com um dos atentados de que foi vítima.

Parece ser esta a versão aceite.
A leitura da “3ª Parte do segredo” parece ter sido escrita para confirmar as duas primeiras partes que tem ligação ao “tema forte e central da Igreja”, a “Redenção”, que continuamente insiste em “alertar” os pecadores.

Síntese:

1ª parte: Por meio de Milagres Deus sempre procurou a expansão da fé.
Em Fátima parece ter sido também visada a expansão do culto a Jesus e Sua Mãe, oferecendo como recompensa a conversão da Rússia e dos pecadores, como factores indispensáveis à Paz!
2ª parte: Nossa Senhora mostrando o inferno aos pastorinhos credibilizou as aparições e as suas próprias palavras perante os videntes; E as palavras dos videntes perante os pecadores.
3ª parte: A 3ª parte do Segredo expandiu, em todos os sentidos, o interesse dos Povos pelas Aparições e os pecadores alertados para os perigos que incorrem.
Resultando daí conselhos para que se insista na oração, em sacrifícios e em renúncias. A seu bem e a bem dos pecadores.


                           A coroa de Nossa Senhora


Esta coroa é a mais rica entre aquelas que foram dedicadas a Nossa Senhora do
Rosário de Fátima.
Por debaixo do globo azul, suspensa, pode ver-se a bala de 9 mm que foi disparada contra o falecido Papa, Beato João Paulo II na Praça de S. Pedro, em Roma.
Existia na coroa um orifício, por debaixo do globo azul. O projéctil sendo ali inserido fixou-se perfeitamente debaixo do dito globo e, a curta distância, visível.


Datas
De Aparições
particulares a Lúcia

1920- Fevereiro 20. Foi dinamitada a primeira Capelinha construída na Cova da Iria.
1923- Janeiro 13- A Irmã Lúcia estava já protegida e em segredo na “Casa de Vilar” no Porto.
1925 – A Irmã Lúcia ingressa no Convento das Doroteias, em TUY, Espanha, para iniciar “o noviciado”.
1925 – Dezembro 10 – Nossa Senhora aparece à Irmã Lúcia em Pontevedra. E pede-lhe que pratique a “devoção dos primeiros Sábados”.
1928 – Dá-se o lançamento da primeira pedra da Basílica da Cova da Iria.
1929 – Nossa Senhora apareceu à Irmã Lúcia, em Tuy.
1930 – O senhor Bispo de Leiria publica a carta pastoral que aprova o culto a Nossa Senhora, em Fátima.
1967 - Visita de Sua Santidade o Papa Paulo VI para a comemoração de 50 anos de Aparições.
1982 – João Paulo II visita Fátima em 12 e 13 de Maio.

Artigo elaborado com frequentes recursos aos livros:



                   - «Memórias da Irmã Lúcia»
Edição da Postulação Da Irmã Lúcia, Abril 1963


                  - «ERA UMA SENHORA MAIS BRILHANTE QUE O SOL»
P. João M. de Marchi I. M. C.

A Net também oferece na “wikipédia” abundante matéria sobre Fátima.