Mãe!

Mãe que me esperas noite e dia, cansada de tanto esperar!

Os meus lazeres, contra minha vontade, afastam-me de Ti, e jamais teus olhos se cansam de me seguir!

Teu silêncio, Teu desvelo, Teu amor me ultrapassam; em bondade és impossível de alcançar!

Segues-me… Acompanhas os meus passos com Teu olhar na ânsia de me reter.

Prende-me nas madeixas de linho; nas estrigas dos Teus cabelos; nas vibrações de esperança com que fixas em mim, Tua atenção! Queres preso a Ti em doce silêncio, no desvelo do teu amor!

Os Teus braços, retém-me… “filho pródigo” que recusas perder!

Perdoa minhas faltas, pelo amor e pela luz do teu olhar que me trespassam!

E, nas vibrações da Tua esperança, estarei defendido.
«O brio dos Minhotos sempre foi notado nos tapetes de flores, nos enfeites das ruas, nos briosos fatos regionais garridos e nos fabulosos tosões de ouro, que as mordomas levam ao pescoço e que, em catadupas, lhes caem sobre o peito à mistura com típicos corações filigranados.»
Portugal, de lés a lés…
Portugal, de lés a lés sempre foi profundamente dedicado à Virgem e isso jamais Ela esquecerá.
Cidades, Vilas e Aldeias ou simples Lugares prezam a Virgem de modo extraordinário; dedicam-lhe um “dia da festa” e fazem dele seu dia maior!
A Ribeira Lima brinda-nos com exuberantes romarias. A Senhora da Agonia, em Viana do Castelo é a maior romaria do País.
Aquilo que de mais aliciante tem as romarias minhotas é a naturalidade. Denuncia a dedicação do Povo em todas as actividades que dão vida à romaria.
É Povo que se entrega, em boa parte do ano á confecção de tapetes de flores, de enfeites e cestos finamente decorados e ajudam á recolha da alargada cotização.
Mordomas e mordomos passam “sorteios” o ano inteiro, e o Povo entrega-se de alma e coração à expansão da grandiosidade da romaria. O que com exuberância se nota na decoração das ruas; nos briosos fatos regionais luxuosos e cores garridas; nos fabulosos tosões de ouro que as mordomas levam ao pescoço e em catadupas lhes caem sobre o peito à mistura com típicos corações filigranados. Tudo do “último grito” e sem que se olhe a custos.
Tudo adquirido e disponibilizado ou ofertado para enaltecer a Mãe e engrandecer a sumptuosa procissão.
E a Mãe, contente com o que vê, deixa-se conduzir pelo Povo, por ruas que cortam os úberes terrenos da “Ribeira” que o Lima banha. Terra farta em cereais e legumes e em tanto gado que cria!
Da Ribeira, veio todo este ouro que hoje nos é dado ver a adornar as belas “vianesas”.
E tudo é ouro “colhido” na “Ribeira”.
Impera ali veneração à Mãe que tudo propicia!
Veneração sabiamente solicitada a todo o Povo da “Ribeira Lima” que corresponde, em generosidade à dedicação da Mãe de Deus.
                                                                                          
                                                                                    M. C. Santos Leite

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