NOSSA SENHORA DA ESPERANÇA


As imagens de Nossa Senhora da Esperança são, em Portugal, das expressões mais antigas da devoção a Nossa Senhora.

As poucas imagens que aparecem, das muitas imagens que havia pelo País, especialmente pela região nortenha, eram muitas vezes denominadas de “Senhora do Leite” e quase sempre esculpidas em pedra de Ançã.

Pode ler-se no livro «Invocações a Nossa Senhora Em pORTUGAL», do «Padre Dr. Jacinto dos Reis, Lisboa 1967.

O culto a “Nossa Senhora do Leite” é muito anterior à fundação de Portugal. Já no século VI aparecia a Virgem do Leite nos mosteiros cristãos do Egipto.

Em Portugal o seu culto é também antigo (p.ª 374) e era vulgar entre nós.

«Os antiquários andam sôfregos por imagens de “Nossa Senhora do Leite” que se vêm de vez em quando por exposições.

O «Boletim de Informação Pastoral – Lisboa 1960 página 35», mostra uma bela imagem e no sublinhado dá esta informação:

«Barbaridades – VENDA, TROCA e RESTAURO de imagens».

«A imagem tem a data de 1469. Esteve vendida por 8.000$00. O Povo da localidade não a deixou sair.

O comprador aumentou a oferta para 22.000$00, mais a oferta de uma (imagem), cópia para iludir. Em nova tentativa houve um oferecimento de 50.000$00.»

A imagem de Leça da Palmeira» é a única que conheço, e foi encomendada por D. Afonso V a João Pires, o Velho, em 1481. Esculpida em Ançã vindo de barco, desde o Mondego até à Foz do Leça, sendo recebida em Leça da Palmeira em ambiente festivo. Com o tempo, a inicial invocação evoluiu para “Senhora do Leite”.

O Papa Bento XVI *) veio lembrar o significado da inicial e sempre actual da invocação da imagem de Nossa Senhora da Esperança.
As mães em período de gestação sofrem forte preocupação durante a gestação e o parto, e se o Bebé terá leite suficiente para se alimentar.

Quando encontra alguém, sentindo a nova mamã preocupada, logo a acalma. «- Vai correr tudo bem! Tem esperança!»

A preocupação com a aleitação dos Bebés tornou as imagens conhecidas como dedicadas a Nossa Senhora do Leite.
A imagem traz-nos á ideia a “nossa mãe”, a quem recorríamos em momentos de perigo, e a “Esperança” de que dando tempo ao tempo, tudo acaba bem!
A imagem exerce a maior convicção, sobre quem a vê e muito acrescentada pela imagem Menino Jesus que sempre a acompanha.
Este conjunto de forte expressão e motivo de grande devoção e sucesso, foi modelo que inspirou centenas de imagens de outras invocações que incluem as virtualidades da “Esperança”.
Nas «Bodas de Canaã», a Mãe mostrou a maior calma e a certeza de que ter falado ao Filho lhe dava a Esperança de que tudo se resolveria a bem: de que libertaria a família anfitriã do menor opróbrio.
A invocação popular é mais acessível e ajuda a compreender a original, mais erudita
«- Se invocas a “Senhora da Esperança”, e segues a seu exemplo; as tuas preocupações terão um fim feliz, como aconteceu em Canaã.
 
No regaço a Senhora mostra-nos a causa da Esperança… Jesus! A imagem recorda que é Jesus quem conduz os destinos!
*) – Colhida de Bento XVI.
                                                                                               M. C. Santos Leite

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