quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Quo vadis Domine


Quo vadis? Domine? É o felicíssimo título do livro de «Henrique Sienkiewicz»
que percorrera mundo, com inteiro agrado para aqueles que tiveram a felicidade de o ler. Hoje já devia ter regressado aos escaparates das livrarias, atendendo ao atualidade do contexto político mundial e às préclaras orientações do Santo Papa Francisco, quando esta maravilha, que é a História.

A História não pára de nos surpreender!
Pedro, foge de Roma onde fora largamente perseguido e contraditado por governantes e Romanos e pelos governados e já ia na “Via Ápia” quando vê ao longe alguém que vem em sua direcção de ”Cruz às costas”!
Pedro, que já tinha Roma como terra “impossível para viver, confronta-se já com a ideia que o culpabiliza:
«- Eu fujo da insuportável Roma!», enquanto o Mestre, vai em sua direcção!
- Eu procuro afastar-me! Jesus vai para Roma!

E não consegue evitar a célebre pergunta:
«- Domine! Quo vadis?»
«- Abandonaste-a, pensou Pedro! Jesus vai ocupar o teu lugar.

Quo vadis?», é tema de livro e não tema bíblico. É uma narração muito antiga e muito bem aproveitada de relatos populares, muito próximos do modo de pensar dos católicos.
«- Vou para Roma para ser de novo crucificado!» Respondeu Cristo.
Relata também a vida de Roma ao tempo de São Pedro, “o primeiro Papa”, e a do Imperador Nero. Descreve as atrocidades a que os primeiros cristãos estiveram sujeitos e não deixa de ser expressão do pensamento, de usos e costumes Romanos decaídos, para os quais era necessário encontrar novos caminhos.

Com Jesus era diferente. Seguia para Roma em sentido contrário.
Quando Pedro perguntou «Quo vadis? Domine!» Talvez quisesse dizer:
«- Jesus! Conheces um caminho melhor?»
Ai Jesus podia ter-se limitado a insistir:
«- É este o Meu Caminho!

«Um dia Jesus pregou célebre sermão da montanha a cerca de cinco mil homens!
«O dia começava a declinar. Os Doze aproximaram-se e disseram-lhe: «Despede a multidão, para que, indo pelas aldeias e campos em redor, encontrem alimento e onde pernoitar, pois aqui estamos num lugar deserto.»
«Disse-lhes Ele: «Dai-lhes vós mesmos de comer.» Retorquiram: «Só temos cinco pães e dois peixes; a não ser que vamos nós mesmos comprar comida para todo este povo!»
«Eram cerca de cinco mil homens!
Jesus disse aos discípulos: «Mandai-os sentar, e mandaram-nos sentar a todos.
«Tomando, então, os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os aos discípulos, para que distribuíssem.
«Todos comeram e ficaram saciados e, do que lhes tinha sobrado, ainda recolheram doze cestos cheios.

«- Quo vadis? É pergunta sacramental que devemos fazer a nós próprios para evitar que nos afastemos daquele que nem lá no cimo do Monte deixara esquecido o “farnel” do alimento para aqueles que o seguiam.
O seu “farnel” é sempre abundante e da melhor qualidade!
«- Quo vadis? Domine! Pedro esqueceu o passado e… retomando o “Caminho”, reassumiu os seus deveres para com Roma.

– Excerto do Evangelho segundo S.Lucas 6, 20-26.

m. c. santos leite

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