Alegre
“fim de festa” ocorreu na romaria (7/07) do Senhor do Socorro, na
Labruja, Ponte de Lima ... festividades que decorreram com o
esplendor e encanto próprios do mais genuíno Minho e que excederam
qualquer expectativa!
A
Missa seguida de procissão foi o momento mais alto das festividades
foi participada pelo clero, congregações e muitos fieis com suas
insígnias, a procissão incorporava vários andores com imagens de
maior devoção. Cerimónias, adentro da fiel tradição, e que
mereceram transmissão televisiva.
A
Banda Marcial de Gueifães - Maia que, desde há muitas décadas tem
vindo a participar na romaria da Labruja e noutras por todo o Minho,
contracenou com a Banda de Loureiro – Vila da Feira, num programa
com o brilhantismo esperado pelos romeiros que, com visível
satisfação, assistiram ao despique.
A
romaria representa a continuidade multissecular da devoção ao
Senhor do Socorro; a fé dum povo que, no convívio franco das
romarias deixa exteriorizar recônditos sentimentos ... deixa
surpreender a consciência limpa e o pulsar ardente do “coração
minhoto”.
O
Santuário do Senhor do Socorro fica na serra da Labruja, a meia
dúzia de quilómetros a Norte de Ponte de Lima, a caminho de Paredes
de Coura, encastoado na serra e envolvido em tanta verdura e silêncio
que, nem sei se, em todo o Alto Minho, se poderá encontrar santuário
tão alto e onde se respire tão profunda paz!
O
Santuário do Senhor do Socorro fica num dos muitos caminhos de
Santiago e era local de pousada de peregrinos.
É
um conjunto arquitectónico, de boas pedrarias que formam belos
templos, escadórios, estatuária e fogaréus, lavradas em estilo
barroco, onde se destaca o Santuário do Senhor do Socorro, muito
belo exteriormente e no interior, com talhas, pinturas, ex-votos;
tudo antigo e conservado.
A
Labruja é povoação com origem num mosteiro que ali existiu,
desaparecido em 460; fundado por Ermógio bispo de Tuy; e referido em
doação do rei godo Teodomiro; em documento confirmado depois, em
1125 por D. Afonso Henriques e D. Teresa.
A
igreja em 915 - no tempo de D. Ordonho II - tinha sido doada à Sé
de Lugo; depois foi “vigararia de renúncia”, da apresentação
do arcediágo da Sé de Tuy; posteriormente da de Braga; a Labruja
beneficiou do “Foral de S. Martinho”, concedido por D.
Manuel I em 1515.
As
Bandas foram muito aplaudidas e à Marcial de Gueifães - Maia coube
encerrar a romaria. O “fim de festa” ocorreu com total adesão
dos romeiros que, frente ao templo, em grande número assistiram à
despedida.
«
- Valeu mais este bocadinho que a tarde toda!!!» A “Música de
Gueifães” brindaria com números que os romeiros mais gostam de
ouvir ... mais cantantes e de sabor popular ... a que correspondiam
em animação e entusiasmo ... ora batendo palmas, ora cantando e
dançando ... « contra os canhões, marchar, marchar!»,
cantavam ... e, ultrapassando a Banda exigiam mais ...« - Só
mais um ... !!! Só mais um ... !!!» ... O genuíno “arraial
minhoto” ocorreu e extravasou encerrando com as duas bandas em
conjunto, na marcha final ... em beleza e euforia!
Exuberante
e feliz “fim de festa” do Senhor do Socorro, na Labruja onde o
Povo, não escapando ao entusiasmo, se viu - ramo de flores na mão,
a rodopiar ... partilhando seu pésinho de dança com o Regente da
“Marcial de Gueifães”!
E
com que entusiasmo dançavam!!!
M.
C. Santos Leite
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