terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Alegre “fim de festa” na LABRUJA

Alegre “fim de festa” ocorreu na romaria (7/07) do Senhor do Socorro, na Labruja, Ponte de Lima ... festividades que decorreram com o esplendor e encanto próprios do mais genuíno Minho e que excederam qualquer expectativa!
A Missa seguida de procissão foi o momento mais alto das festividades foi participada pelo clero, congregações e muitos fieis com suas insígnias, a procissão incorporava vários andores com imagens de maior devoção. Cerimónias, adentro da fiel tradição, e que mereceram transmissão televisiva.
A Banda Marcial de Gueifães - Maia que, desde há muitas décadas tem vindo a participar na romaria da Labruja e noutras por todo o Minho, contracenou com a Banda de Loureiro – Vila da Feira, num programa com o brilhantismo esperado pelos romeiros que, com visível satisfação, assistiram ao despique.
A romaria representa a continuidade multissecular da devoção ao Senhor do Socorro; a fé dum povo que, no convívio franco das romarias deixa exteriorizar recônditos sentimentos ... deixa surpreender a consciência limpa e o pulsar ardente do “coração minhoto”.

O Santuário do Senhor do Socorro fica na serra da Labruja, a meia dúzia de quilómetros a Norte de Ponte de Lima, a caminho de Paredes de Coura, encastoado na serra e envolvido em tanta verdura e silêncio que, nem sei se, em todo o Alto Minho, se poderá encontrar santuário tão alto e onde se respire tão profunda paz!
O Santuário do Senhor do Socorro fica num dos muitos caminhos de Santiago e era local de pousada de peregrinos.
É um conjunto arquitectónico, de boas pedrarias que formam belos templos, escadórios, estatuária e fogaréus, lavradas em estilo barroco, onde se destaca o Santuário do Senhor do Socorro, muito belo exteriormente e no interior, com talhas, pinturas, ex-votos; tudo antigo e conservado.

A Labruja é povoação com origem num mosteiro que ali existiu, desaparecido em 460; fundado por Ermógio bispo de Tuy; e referido em doação do rei godo Teodomiro; em documento confirmado depois, em 1125 por D. Afonso Henriques e D. Teresa.
A igreja em 915 - no tempo de D. Ordonho II - tinha sido doada à Sé de Lugo; depois foi “vigararia de renúncia”, da apresentação do arcediágo da Sé de Tuy; posteriormente da de Braga; a Labruja beneficiou do “Foral de S. Martinho”, concedido por D. Manuel I em 1515.


As Bandas foram muito aplaudidas e à Marcial de Gueifães - Maia coube encerrar a romaria. O “fim de festa” ocorreu com total adesão dos romeiros que, frente ao templo, em grande número assistiram à despedida.
« - Valeu mais este bocadinho que a tarde toda!!!» A “Música de Gueifães” brindaria com números que os romeiros mais gostam de ouvir ... mais cantantes e de sabor popular ... a que correspondiam em animação e entusiasmo ... ora batendo palmas, ora cantando e dançando ... « contra os canhões, marchar, marchar!», cantavam ... e, ultrapassando a Banda exigiam mais ...« - Só mais um ... !!! Só mais um ... !!!» ... O genuíno “arraial minhoto” ocorreu e extravasou encerrando com as duas bandas em conjunto, na marcha final ... em beleza e euforia!
Exuberante e feliz “fim de festa” do Senhor do Socorro, na Labruja onde o Povo, não escapando ao entusiasmo, se viu - ramo de flores na mão, a rodopiar ... partilhando seu pésinho de dança com o Regente da “Marcial de Gueifães”!
E com que entusiasmo dançavam!!!

M. C. Santos Leite

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