LABRUJA, Ponte de Lima *)
Os Primórdios do Santuário da “Alabruia” **) vem dos anos de novecentos e mil, Séculos X e
XI, “quando por este «Entre Douro e Minho» havia uma grande devoção a S. Bento”
devida à ajuda que tinha dado aos portugueses na expulsão do Agareno.
A Labruja situa-se a légua e meia ao
Norte de Ponte de Lima, no antigo caminho de Paredes de Coura e Tuy, a média
altura da Serra da Labruja.
É um local de largas vistas a Sul
visita a muitos títulos recomendável; particularmente quando ali se realizam as
concorridas «Festividades do Senhor do Socorro».
O caminho da Labruja até Paredes de
Coura é muito acidentado; por isso, à Labruja os antigos caminhantes que de
Braga se dirigiam á cidade de Tuy e tinham de ultrapassar a Serra, “pelo
muito labor que exigia, chamaram-na de «A Laboriosa»;
A Labruja tornou-se famosa quando
teve seu mosteiro beneditino; o «Mosteiro de S. Cristóvão da Labruja», fundado
pelo Bispo de Tuy, Hermógio *) a quem chamaram «Hermógio I», julgando-se que o
teria fundado antes de 898 Séc. IX.
Depois deste Bispo, Tuy teve outro
bispo Hermógio, “o II”, depois outro «Santo Hermógio». Que foi quem de sobremaneira valorizou
e deu fama à Labruja.
Pelo ano de 920, no tempo do bispo
Hermógio II houve uma ameaça da moirama lá para o Leste peninsular e ao Bispo de
Tuy e seus homens de armas foram ajudar à defesa. O Bispo levaria consigo um
sobrinho de dez anos, chamado Pelágio.
Travou-se a batalha em Junqueira,
que se desconhece onde fica, e Hermógio” e o sobrinho tendo ficado cativos,
foram levados para Córdova.
O Bispo foi libertado para, libertar
alguns Mouros cativos e resgatar Pelágio. Mas, já em Tuy soube que o sobrinho,
então com treze anos e meio de idade, fora martirizado em
Córdova.
O grande desgosto sofrido por
“Hermógio” levou-o a abdicar do bispado de Tuy para ingressar no Mosteiro de
Ribas de Sil, Ourense. Passando mais tarde ao Mosteiro de São Cristóvão de
Labruja. Aí falecendo “foi sepultado num túmulo elevado “da
terra”.
Mais tarde a Labruja passou a
pertencer eclesiasticamente a Braga e Frei Bartolomeu dos Mártires, de visita,
vendo o túmulo, perguntou quem estava ali sepultado; disseram-lhe que constava
ser de um antigo Bispo de Tuy e nada mais souberam dizer. D. Bartolomeu mandou
então que o descessem à terra.
O tumulo
desapareceu da vista mas, o Povo, continuou a venerar o “Bispo desconhecido,”
tido por Santo”.
De Hermógio II, bem como do sobrinho
Pelágio, uns dizem-nos naturais da Galiza, outros de Coimbra (ou de perto).
Dizem que Hermógio foi prior de Lorvão, depois eleito Bispo de
Tuy
“Santo Hermógio” é a razão remota
das inúmeras visitas que o Povo faz ao Santuário da Labruja mas a devoção
moderna é dedicada ao «Senhor do Socorro»
Cativo em Córdova, o sobrinho
Pelayo, era tido pelos carcereiros, como um rapaz simpático, educado, obediente
e de agradável presença. Um dia falaram dele ao rei, com admiração; falaram dos
predicados do jovem prisioneiro Cristão, e o rei logo o mandou trazer para o
ver. Vestiram-no com trajes principescos e o rei ficou muito bem impressionado
com Pelayo. Depois entrou a falar de religião, tentando demovê-lo do
cristianismo e procurando arrastá-lo para os seus mas, Pelayo manteve-se firme
apesar da insistência e das tentativas de suborno; até que o esquartejaram e
lançaram ao Guadalquivir, de onde, em pedaços, foi recolhido e sepultado por
cristãos que viviam entre a moirama. Mais tarde foi trazido para Leão e um dia,
temendo nova aproximação dos Mouros, foi o túmulo transferido para
Oviedo.
*) –
Resumo de: Frei Leão de S. Tomás
Beneditina Lusitana, de Vol. II-pg,s 123 e sgt,s
m c santos
leite
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