terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Os Primórdios do Santuário Do SENHOR DO SOCORRO

LABRUJA, Ponte de Lima *)
 
Os Primórdios do Santuário da “Alabruia” **) vem dos anos de novecentos e mil, Séculos X e XI, “quando por este «Entre Douro e Minho» havia uma grande devoção a S. Bento” devida à ajuda que tinha dado aos portugueses na expulsão do Agareno.
A Labruja situa-se a légua e meia ao Norte de Ponte de Lima, no antigo caminho de Paredes de Coura e Tuy, a média altura da Serra da Labruja.
É um local de largas vistas a Sul visita a muitos títulos recomendável; particularmente quando ali se realizam as concorridas «Festividades do Senhor do Socorro».
O caminho da Labruja até Paredes de Coura é muito acidentado; por isso, à Labruja os antigos caminhantes que de Braga se dirigiam á cidade de Tuy  e tinham de ultrapassar a Serra, “pelo muito labor que exigia, chamaram-na de «A Laboriosa»;
A Labruja tornou-se famosa quando teve seu mosteiro beneditino; o «Mosteiro de S. Cristóvão da Labruja», fundado pelo Bispo de Tuy, Hermógio *) a quem chamaram «Hermógio I», julgando-se que o teria fundado antes de 898 Séc. IX.
Depois deste Bispo, Tuy teve outro bispo Hermógio, “o II”, depois outro «Santo Hermógio».  Que foi quem de sobremaneira valorizou e deu fama à Labruja.


Pelo ano de 920, no tempo do bispo Hermógio II houve uma ameaça da moirama lá para o Leste peninsular e ao Bispo de Tuy e seus homens de armas foram ajudar à defesa. O Bispo levaria consigo um sobrinho de dez anos, chamado Pelágio.
Travou-se a batalha em Junqueira, que se desconhece onde fica, e Hermógio” e o sobrinho tendo ficado cativos, foram levados para Córdova.


O Bispo foi libertado para, libertar alguns Mouros cativos e resgatar Pelágio. Mas, já em Tuy soube que o sobrinho, então com treze anos e meio de idade, fora martirizado em Córdova.
O grande desgosto sofrido por “Hermógio” levou-o a abdicar do bispado de Tuy para ingressar no Mosteiro de Ribas de Sil, Ourense. Passando mais tarde ao Mosteiro de São Cristóvão de Labruja. Aí falecendo “foi sepultado num túmulo elevado “da terra”.
Mais tarde a Labruja passou a pertencer eclesiasticamente a Braga e Frei Bartolomeu dos Mártires, de visita, vendo o túmulo, perguntou quem estava ali sepultado; disseram-lhe que constava ser de um antigo Bispo de Tuy e nada mais souberam dizer. D. Bartolomeu mandou então que o descessem à terra.
O tumulo desapareceu da vista mas, o Povo, continuou a venerar o “Bispo desconhecido,” tido por Santo”.

De Hermógio II, bem como do sobrinho Pelágio, uns dizem-nos naturais da Galiza, outros de Coimbra (ou de perto). Dizem que Hermógio foi prior de Lorvão, depois eleito Bispo de Tuy

“Santo Hermógio” é a razão remota das inúmeras visitas que o Povo faz ao Santuário da Labruja mas a devoção moderna é dedicada ao «Senhor do Socorro»

Cativo em Córdova, o sobrinho Pelayo, era tido pelos carcereiros, como um rapaz simpático, educado, obediente e de agradável presença. Um dia falaram dele ao rei, com admiração; falaram dos predicados do jovem prisioneiro Cristão, e o rei logo o mandou trazer para o ver. Vestiram-no com trajes principescos e o rei ficou muito bem impressionado com Pelayo. Depois entrou a falar de religião, tentando demovê-lo do cristianismo e procurando arrastá-lo para os seus mas, Pelayo manteve-se firme apesar da insistência e das tentativas de suborno; até que o esquartejaram e lançaram ao Guadalquivir, de onde, em pedaços, foi recolhido e sepultado por cristãos que viviam entre a moirama. Mais tarde foi trazido para Leão e um dia, temendo nova aproximação dos Mouros, foi o túmulo transferido para Oviedo.

*) – Resumo de: Frei Leão de S. Tomás Beneditina Lusitana, de Vol. II-pg,s 123 e sgt,s

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